Estudante de Cabo Frio vive experiência como astronauta em simulador de Marte
Caroline Lanzieri participou de projeto no Nordeste que reproduz as possíveis condições do planeta vermelho

A estudante Caroline Lanzieri, natural de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, viveu uma experiência como astronauta na estação de pesquisa Habitat Marte. A missão faz parte de um projeto simulador das possíveis condições do planeta vermelho, e teve início na última quinta-feira, 29, na zona rural da cidade de Caiçara do Rio do Vento (RN), em meio à caatinga nordestina.
A jovem cabo-friense de 23 anos retornou de viagem no último domingo. Caroline cursa a faculdade e entrou na missão a partir de uma chamada pública por gostar da área de estudo espacial.
“Estou me formando em Direito e ainda não temos leis específicas de desenvolvimento nem projetos de apoio a pesquisadores deste ramo. Nisso, entra o Direito. Para fazer acontecer, por meio de projetos e leis, o apoio e incentivo aos nossos pesquisadores. Acredito que deveríamos ter mais incentivos e é essa bandeira que eu quero levantar, ajudando nos investimentos em tecnologia brasileira, porque temos ótimos pesquisadores, centros de pesquisa, mas pouco apoio”, ressalta.
Durante a missão como astronauta análoga, título dados às pessoas que passam por essa experiência, houve preparação física, atividades nas formações rochosas, subida no vulcão extinto do Pico do Cabugi, manutenção e melhoria dos sistemas de aquaponia, com testes de medidas de conforto térmico, além da realização de protocolos regulares operacionais de funcionamento da estação espacial análoga. O cultivo de plantas no local já foi iniciado em janeiro deste ano e pode revelar descobertas importantes.
A Habitat Marte é inspirada na estação espacial americana Mars Desert Research Station (MDRS) e possui instalações necessárias para ser ocupada durante um tempo. Nela podem ser simulados estudos em laboratório sobre o solo, o clima e a atmosfera marciana. O local também está preparado para receber simulações de expedições ao planeta, utilizando-se trajes espaciais feitos especialmente para os cientistas.
“Foi uma experiência única e incrível. Realizamos atividades diárias, como observação astronômica, escalada, exploração de cavernas e sempre tínhamos que fazer relatórios sobre nosso estado de saúde e nossa relação com a equipe. Também fizemos relatórios de observações e melhorias específicas para a continuidade do projeto, além de passarmos por uma descompressão e simulação da saída dos astronautas para as atividades intraveiculares e extraveiculares”, disse.
Jovem participou de escalada e observação astronômica, entre outras atividades | Foto: Divulgação/Prefeitura de Cabo Frio
O trabalho é resultado da investigação desenvolvida durante o pós-doutorado do professor doutor Júlio Resende e é financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Com a simulação, o cientista pretende fazer com que o local seja um núcleo de pesquisas para ser utilizado em Marte, no futuro das expedições espaciais. A primeira missão no Habitat Marte ocorreu em dezembro de 2017. Hoje, a estação registra 65 missões completas realizadas.
Outras informações sobre as atividades de pesquisa do Habitat Marte podem ser encontradas nas redes sociais @HabitatMarte ou acessando o canal do projeto.
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