Levantamento inédito do ISP mostra alto número de casos de intolerância religiosa no RJ
Janeiro é um mês de celebração e combate contra esse tipo de crime
Um levantamento inédito do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostra que em 2023, em todo o estado do Rio de Janeiro, 34 vítimas de 'ultraje a culto religioso' procuraram uma delegacia de polícia para registrar o crime.
No total, as delegacias da Secretaria de Polícia Civil registraram aproximadamente 3 mil crimes que podem estar relacionados à intolerância religiosa. O ato é determinado pela ridicularização pública, impedimento ou perturbação de cerimônia religiosa.
Ainda de acordo com o levantamento feito pelo ISP, nesse número estão incluídos: injúria por preconceito, um total de 2.021 vítimas, e preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional, com 890 pessoas afetadas.
A injúria por preconceito é o ato de discriminar um indivíduo em razão da raça, cor, etnia, religião ou origem. Já o preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional tem por objetivo a inferiorização de todo um grupo étnico-racial e atinge a dignidade humana.
Conforme dados divulgados recentemente pelo instituto, em relação ao perfil das vítimas, a maior parte é de mulheres e negras. A maior concentração dos crimes ocorreu na capital, mas há registros em várias cidades do estado.
Para Marcela Ortiz, diretora-presidente do ISP, é importante que todos lembrem que a Constituição Federal assegura o livre exercício de todos os cultos religiosos:
Esses dados são fundamentais para que a sociedade saiba que intolerância religiosa e preconceito são crimes que devem ser denunciados. Sabemos que esses números são subnotificados e muitas vezes por falta de informação, mas o estado do Rio possui a Decradi, uma delegacia especializada para os registros desses crimes.
Divulgado no Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado nesta semana, o levantamento tem como objetivo promover o diálogo, mostrar para a sociedade que intolerância religiosa é crime e que o estado possui mecanismos de denúncia para as vítimas.
Os crimes de intolerância religiosa, ultraje a culto, injúria racial e racismo podem ser denunciados em qualquer delegacia de Polícia Civil. O estado conta ainda com a Delegacia de Combate a Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que é especializada no atendimento de vítimas de racismo, homofobia e intolerância religiosa.
A unidade funciona no centro do Rio (rua do Lavradio, nº 155). Os registros também podem ser feitos pela Delegacia Online da Secretaria de Estado de Polícia Civil ou no site.
Celebração em Cabo Frio
A Prefeitura de Cabo Frio, por meio da Coordenadoria Geral de Igualdade Racial, em parceria com a Secretaria de Cultura, vai realizar no dia 2 de fevereiro, um evento em celebração pelo Dia de Iemanjá.
"O Presente às águas vai unir todos que admiram a rica diversidade cultural do nosso município”, disse a secretária adjunta de Cultura, Danielle Costa.
A expectativa da Coordenadoria Geral de Igualdade Racial e da Secretaria de Cultura é que a comemoração cultural reúna pessoas para celebrar a cultura afro-brasileira e a importância de Iemanjá, a rainha dos mares.
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