Cabo Frio terá primeiro Centro de Visitação do Projeto Albatroz no Brasil
Sede do projeto socioambiental será construída às margens da Lagoa de Araruama
A cidade de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, irá ganhar o primeiro Centro de Visitação e Educação Ambiental Marinha do Projeto Albatroz no Brasil. O projeto é patrocinado pela Petrobras e já está presente em sete cidades do país.
O Projeto Albatroz desenvolve pesquisas para ações de educação ambiental junto aos pescadores, aos jovens e às escolas. Embora o projeto já seja atuante em outras cidades do país, a unidade de Cabo Frio será a primeira a ter um centro de visitação.
O acordo firmado entre a instituição e poder público prevê que a sede seja construída ao lado do Parque Ecológico Municipal Dormitório das Garças e da Lagoa de Araruama, em uma área útil de mais de 18 mil m², cedida por meio da lei nº 179/2019. A previsão inicial é que a sede seja entregue até o final de 2022.
O Centro de Visitação Albatroz terá áreas de recreação, pavilhões de exposições e atividades com o público, prédios com salas para aulas e oficinas com a comunidade, além de um centro interpretativo com trilha autoguiada, em que os visitantes poderão conhecer mais a área da lagoa e conhecer as principais espécies de aves que sobrevoam a região.
O Projeto Albatroz
O Projeto Albatroz nasceu em Santos, litoral paulista, e, desde 1990, trabalha pela conservação das espécies de albatrozes e petréis (petrel é a designação comum a várias espécies de aves procelariformes da família Procellariidae) que se alimentam em águas brasileiras.
Das 22 espécies de albatrozes, 19 estão ameaçadas de extinção | Foto: Evangelos Pagalidis
Desde 2014, o Projeto mantém uma base avançada de pesquisa na Universidade Veiga de Almeida (UVA), no campus Cabo Frio. Por meio da parceria com o Grupo de Estudos da Pesca (GEPesca), foi possível ampliar os estudos na cidade. Atualmente, o projeto mantém bases de pesquisa em seis estados brasileiros.
O projeto atua nas cidades de Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC), Itaipava (ES), Rio Grande (RS), Natal (RN) e Cabo Frio (RJ).
O albatroz
Os albatrozes estão entre as aves voadoras com maiores dimensões de todo o planeta. O Albatroz-viageiro ou errante (Diomedea exulans), tem a maior envergadura de asa de qualquer espécie não-extinta. Ele é a maior ave do mundo em envergadura: com asas abertas, chega a 3,5 metros. Por esse motivo, é também conhecido como albatroz-gigante. Alguns ultrapassam os 80 anos de idade.
Existem, no mundo, 22 espécies de albatrozes, sendo que seis deles sobrevoam águas do Brasil ou interagem com a pesca brasileira. Dessas 22 espécies, 19 estão ameaçadas de extinção.
Albatrozes são aves marinhas migratórias e passam a maior parte de sua vida em alto-mar, onde interagem com a pesca de espinhel. O alvo desta técnica de pesca industrial são peixes grandes como o atum. Sem intenção, a pescaria pode fisgar também albatrozes e petréis. Reduzir esta captura acidental é a maior missão do Projeto Albatroz.
O trabalho desenvolvido é mantido pelo Instituto Albatroz, que é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). A instituição busca atuar em parceria com o Poder Público, empresas pesqueiras e pescadores para melhor desenvolver as atividades de proteção ambiental.
A principal linha de ação é o desenvolvimento de pesquisas para subsidiar políticas públicas e a promoção de ações de educação ambiental junto aos pescadores e escolas.
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