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São Jorge da Capadócia é celebrado em todo o mundo

Devoção pelo mártir faz com que sua imagem esteja presente em quase todos os âmbitos da vida humana, do senso estético-cultural à crença religiosa

Por David Massena
23/04/21 - 10:21
São Jorge da Capadócia é celebrado em todo o mundo São Jorge é celebrado nesta sexta-feira, 23 | Foto: Reprodução/Internet

Ele também é padroeiro da Inglaterra, Aragão, Catalunha, Geórgia, Lituânia, Palestina, Portugal, Alemanha, Grécia, Moscou, Istambul, Gênova e Veneza, e muitas outras além do estado do Rio de Janeiro.

Sua imagem está no painel do carro, na borracharia, no botequim, em hotéis de luxo, artigos de moda, na arte e na decoração. Dá nome a instituições, é tendência, inspira teledramaturgia, está na literatura, no altar, no congá, nos estádios de futebol, bandeiras de países e em uma infinidade de coisas, objetos e lugares correlacionados com o santo guerreiro.

O Dia de São Jorge é comemorado no 23 de abril. No estado do Rio é venerado a ponto de ser feriado. Mas quem era o soldado matador de dragões que se tornou o padroeiro de diversos países, estados e cidades?

"É praticamente certo de que ele era uma figura histórica real — provavelmente um soldado romano cristão chamado Georgios", diz Michael Carter, historiador da English Heritage, agência de preservação natural e cultural, em entrevista à BBC News.

Ele nasceu na Capadócia, na Turquia, por volta de 260 d.C., e morreu como mártir em Nicomédia, ou Lida, atualmente Israel, na província romana da Palestina em 300 d.C., diz o pesquisador.

Mas e o dragão? O que isso simboliza?

A história, para muitos uma lenda, ambientada em Silene, na Líbia, conta que a região estava sendo aterrorizada por um feroz dragão do mar, de acordo com Candida Moss, especialista no estudo do Novo Testamento e no martírio no início do cristianismo, em artigo sobre São Jorge para a Universidade de Birmingham.

Os habitantes da cidade tinham, sob o comando do rei, dado seus filhos para serem devorados pelo dragão até que finalmente chegasse a hora de a própria filha do rei ser sacrificada. Mas George interveio, prometendo ao rei que, se todos fossem batizados, ele mataria o dragão. O rei teria atendido o pedido, George matou o dragão e todos foram salvos.

“Basicamente um arquétipo, o bem derrota o mal", diz Moss.

Por ordem do imperador romano Diocleciano havia uma perseguição contra cristãos, mas George teria se recusado a renegar a sua fé e a fazer um sacrifício aos deuses pagãos. A história diz que ele foi torturado por sete anos, crucificado, espancado, fervido vivo e envenenado. Morto três vezes e trazido de volta à vida por São Miguel, antes de ser, finalmente, decapitado.

“Logo após sua morte, George foi venerado como um santo, com um dia de festa no dia 23 de abril, o suposto dia do seu martírio", explica Carter.

Após a Batalha de Agincourt em 1415, o Dia de São George ou Jorge tornou-se um dos dias de festa mais importantes do calendário inglês.

"E em 1399 sua festa foi elevada a um feriado no mesmo nível do Natal. Mas devido à formação da identidade nacional inglesa, após a reforma protestante, os santos caíram em desgraça e não recuperaram a sua importância", observa.

Conhecido habitualmente como o Santo Guerreiro, muito popular no Brasil, são muitas as lendas em torno do Santo. As comemorações no Rio de Janeiro, onde é feriado, o dia, antes da pandemia do novo coronavírus, tinha direito a alvoradas, feijoadas e missas.

Católicos, umbandistas, candomblecistas ou corintianos, para os devotos de São Jorge (Grafia de Georgios/George para o português) o guerreiro está em todos os lugares. Ogunhê, Olá, Ogum! Mas como um santo pode atravessar religiões?

A devoção a São Jorge compartilhada pelo cristianismo, a umbanda e o candomblé não é novidade. Com a chegada dos escravos africanos no Brasil, esses povos encontraram muita resistência para praticar suas próprias religiões e seus rituais. E, para contornar essa situação, os escravos começaram a adotar alguns santos da Igreja Católica para poder exercer suas crenças e, isso acabou por criar um sincretismo entre algumas divindades africanas e figuras do catolicismo. Segundo as lendas, os africanos criavam seus altares e colocavam as estátuas dos santos católicos sobre eles, ao passo que guardavam representações de suas divindades sob essas estruturas.

Muitas vezes os donos das fazendas eram devotos de um determinado santo e obrigavam seus escravos a adorar o mesmo personagem. Sendo assim, é por isso que é possível encontrar várias diferenças entre o sincretismo de santos e divindades pelo país. Uma delas é São Jorge que, em alguns locais onde a Umbanda e o Candomblé são praticados, ele corresponde a Ogum, o orixá da guerra, muitas vezes invocado para abrir caminhos.

A inspiração em todos os ritmos celebra São Jorge. Nós, do Portal Multiplix, separamos quinze canções da música brasileira que introduzem, celebram e devotam o Santo Guerreiro, em publicação da revista NOIZE #79. Clique aqui.

A poderosa oração de São Jorge

Sua oração, segundo seus protegidos, é poderosa e “ajuda a alcançar uma graça e serve para todas as pessoas, para saúde, proteção e luz", diz Irene dos Santos, devota que carrega medalhas no pescoço e santinhos na carteira.

“São Jorge era um jovem de 23 anos, seu pai era militar e a sua mãe era uma mulher de muitas posses. E ele por ser muito combativo, se alistou no exército romano, chegou até ser um nobre da Capadócia, mas se converteu e passou defender os mais pobres, além de ter sido colocado em provação por muitas vezes. E então, ele se tornou santo por fazer muitas caridades e ajudar a todos que passavam necessidade. Assim, ele virou o santo das dificuldades, defensor dos menos privilegiados. Ele batalhava para que as pessoas conseguissem alcançar a graça desejada”, declara Rozangela das Graças de Oliveira Silva, 63 anos, aposentada.

“E a oração de São Jorge é muito forte. Eu costumo fazer essa oração para os meus filhos antes deles saírem de casa. Eu sempre peço que ele passe à frente e defenda meus filhos. Você faz a oração e depois reza um Pai Nosso, uma Ave Maria e faz o sinal da cruz”, completa.

Oração

“E a oração é assim: Ó São Jorge, meu Santo Guerreiro, invencível na Fé em Deus, que trazeis em vosso rosto a esperança e confiança abra os meus caminhos. Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer algum mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrar. Oh! Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel cavalo meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Ajudai-me a superar todo o desanimo e alcançar a graça que tanto preciso: (fazer aqui o seu pedido). Dai-me coragem e esperança fortalecei minha fé e auxiliai-me nesta necessidade. Com o poder de Deus, de Jesus Cristo e do Divino Espírito Santo. Amém”, cita.

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