Cultivadores de lúpulo da Região Serrana terão linha de crédito no Banco do Brasil

Pequenos e médios produtores interessados em cultivar lúpulo - um dos principais insumos usados na produção de cerveja, responsável pelo amargor e parte do aroma da bebida – poderão conseguir uma linha de crédito especial no Banco do Brasil. O lançamento da iniciativa aconteceu na última quarta-feira, 17 de abril, no Rio de Janeiro. De acordo com o Governo do Estado, a linha de crédito do Banco do Brasil pretende disponibilizar R$ 600 milhões para empréstimo.

“Esta iniciativa, certamente, abrirá caminhos e criará ótimas condições para que possamos fomentar o cultivo de lúpulo no estado, via operações de crédito de custeio e investimento, principalmente para as regiões Serrana, Centro e Sul. Esta linha de crédito é uma oportunidade de grande potencial que vai impactar positivamente o agronegócio fluminense” – declarou Raimundo Pérez, superintendente estadual do Banco do Brasil.

A cultura da planta já vem se demonstrando viável a se expandindo na Região Serrana, não somente pela qualidade da água e clima ameno favorável ao seu cultivo, mas, também, porque agricultores rurais já vêm investido na produção em pequena escala. Em Teresópolis, há o Viveiro Ninkasi, que produz e comercializa mudas de lúpulos. No distrito de Amparo, em Nova Friburgo, também há produção do Lúpulo Nova Friburgo. Segundo o veterinário e agricultor Paulo Roberto, que cultiva seis variedades da planta no distrito de Amparo desde 2016 , em Nova Friburgo, a linha de financiamento vem em uma boa hora. “É bem-vinda essa linha de crédito, mas precisamos saber mais detalhes sobre como funcionará”, diz.

Raphael Martins, da cervejaria artesanal Soul Terê, criada há quase dois anos em Teresópolis, diz que o objetivo da marca é passar o valor regional para o produto. “Mais produtores de lúpulos por aqui nos ajuda não só no custo, mas também na motivação da economia da região. Se conseguíssemos ter toda a cadeia que nós utilizamos: cervejaria, maltaria, produtores de garrafas de vidro, por exemplo, geraríamos muito emprego e tributo local. Além dos benefícios de custo, logística, disponibilidade, relação direta com o fornecedor. Só há pontos positivos nisso”, afirma.

Gabriel Thuler, da cervejaria friburguense Alpendorf, há quase dois anos no mercado cervejeiro, diz que já usa lúpulos produzidos no município e que essa linha de crédito é positiva. “Vai facilitar e aumentar a oferta de lúpulos frescos da região, além de estimular o comércio local, pois, o dinheiro ficará aqui ao invés de ir para fora do país. Além disso, a produção vai refletir na oferta de produtos de qualidade e em quantidade”, diz.

Segundo a presidente da Associação dos Cervejeiros Artesanais de Friburgo (Acerva), Monique Almeida, em Nova Friburgo, atualmente, há 15 fábricas legalizadas de cervejas artesanais e outras marcas ciganas, que são aqueles produtores que usam a cozinha de algumas cervejarias para produzir e comercializar seu produto. Em Teresópolis, de acordo com a prefeitura, há seis marcas, uma rota cervejeira, além de da Vila Sant Gallen, que produz cervejas artesanais e duas grandes cervejarias, a Therezopolis e Grupo Petrópolis.

Além da cerveja

O lúpulo também tem outras aplicações como, por exemplo, na indústria farmacêutica, fabricação de cosméticos e na produção sucroalcooleira, três segmentos com alta capacidade de crescimento e de estabelecimentos de novas linhas de trabalho dentro do Estado do Rio de Janeiro.