No coração das Olimpíadas! Jornalista friburguense vive expectativa de cobrir Jogos de Tóquio
Em entrevista exclusiva, Anna Olivia Wermelinger fala das raízes em Nova Friburgo e sua adaptação à cultura japonesa
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Enquanto Nova Friburgo ainda não possui nenhum atleta classificado para os Jogos Olímpicos, cabe a uma jornalista o papel de representar a cidade da Região Serrana do Rio do outro lado do mundo. Na capital japonesa, Tóquio, a friburguense Anna Olivia Wermelinger trabalha cobrindo os preparativos para a competição e está prestes a entrar em mais uma grande cobertura esportiva enquanto dribla as dificuldades ocasionadas pela pandemia do novo coronavírus.
Em entrevista exclusiva ao Portal Multiplix, a comunicadora falou sobre as origens na serra fluminense, a adaptação à cultura japonesa, os desafios de cobrir as Olimpíadas em meio à pandemia e a saudade do Brasil.
Anna Olivia nasceu em Nova Friburgo, estudou na cidade e foi para o Rio de Janeiro, onde cursou jornalismo e se formou na PUC-RJ em 2002.
A jornalista revela que estagiou no Jornal do Brasil e foi para o canal de esportes SporTV, após ser aprovada em uma prova de estágio. No local, trabalhou como produtora, participou do processo de edição de matérias e com eventos.
“Então, criou-se uma área nos esportes da Globo chamada 'planejamento de grandes eventos', um departamento para produção executiva em que organizamos estrutura e logística de grandes coberturas como Copa, Olimpíadas e mundiais. Comecei a trabalhar nesta área em 2010”, revela Anna.
Assim, ela participou das Olimpíadas de 2012, em Londres, e do Rio de Janeiro, em 2016, além da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
Ela planejou a Copa do Mundo da Rússia, mas não esteve no Mundial, pois teve que ir para o Japão ao lado do marido, o também jornalista e correspondente internacional Carlos Gil (Globo).
Atualmente, está fazendo reportagens para o Canal Olímpico do Brasil, algo inédito em sua carreira jornalística.
Há três anos no Japão, Anna afirma que a adaptação ao país nipônico foi difícil pela diferença de cultura entre o país oriental e o Brasil.
Além disso, ela revela que os japoneses possuem costumes muito diferentes dos nossos como ficar em silêncio no metrô ou dividir a calçada com os ciclistas.
“Você vê casais de namorados falando baixinho e sem nem se olhar. Temos ainda que dividir a calçada com os ciclistas e as pessoas não se esbarram. Tudo é muito organizado”, afirma.
A comunicadora ressalta que os japoneses têm outros hábitos como separar e carregar todo o lixo, além de não atravessar o sinal aberto para veículos, usar máscara mesmo em períodos sem pandemia e trocar o sapato ao frequentar diferentes ambientes.
Neste processo de aprender com uma nova cultura, ela relembra uma história que mostra a diferença entre Brasil e Japão.
Ela também revela que as casas são projetadas para suportar terremotos, algo frequente em terras nipônicas.
Sobre a preparação para os Jogos, a jornalista friburguense revela que a situação não é favorável e que os atletas que disputarão as provas olímpicas e os profissionais que irão cobrir o evento deverão cumprir uma série de regras e medidas.
“Eles criaram uma espécie de livro com regras a serem seguidas como restrição de circulação e sem que as pessoas possam ir a bares e restaurantes, por exemplo. Além dos testes frequentes, quem vier de outros países terá que passar por quarentena”, explica.
Entre as medidas, estão a proibição de manifestação com cantos durante os eventos e a obrigação dos participantes de usarem máscaras, além de proibir autoridades e equipes de federações internacionais de usarem o transporte público sem permissão.
Outras medidas já anunciadas foram:
- Os testes de Covid-19 serão diários em atletas
- O uso do transporte público está proibido. As delegações deverão se deslocar apenas com o transporte oficial disponibilizado pela organização
- As pessoas envolvidas com a realização dos Jogos vão ter permissão para se deslocar apenas por instalações esportivas e locais pré-determinados
- Será obrigatório o teste de Covid antes de entrar na Vila dos Atletas, mesmo para quem estiver realizando período de treinos no Japão
- Os atletas devem deixar a vila no máximo 48h após a última competição
- As refeições devem ser feitas com distância mínima de 2 metros para outras pessoas
- Os atletas paralímpicos cadeirantes deverão reforçar a higiene das cadeiras de roda
Faltando menos de três meses para a competição, o governo japonês decretou estado de emergência na capital em virtude do aumento dos casos de coronavírus.
A ida de estrangeiros para acompanhar as Olimpíadas foi vetada pelos japoneses. Anna Olivia explica ainda que os japoneses estão divididos quanto à realização dos Jogos e que este veto aos turistas teve o objetivo de tentar ganhar o público.
Por fim, ela deixou um recado para Nova Friburgo em meio a expectativa de viver mais uma edição das Olimpíadas.
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