O que Nova Friburgo pede aos eleitores?
Teremos eleições municipais neste ano de 2020 e os eleitores cadastrados para votar no município vêm desde muitos anos demonstrando uma aversão bastante grande à política.
Ele, portanto, não sai de casa, vota em branco ou anula.
Entendo este eleitor. Estas atitudes não correspondem exatamente à falta de cidadania, pelo contrário, estas abstenções e anulações são o “não voto” como arma de protesto. O eleitor não vê a cidade melhorando, vê com clareza que vários problemas estão sendo arrastados e o comportamento político do friburguense, mal acaba uma eleição, ele começa a pensar como trocará o primeiro mandatário e os vereadores. Nossa Câmara está sendo renovada em 50% ou mais, os prefeitos não se reelegem, lutam para concluir o mandato.
Nas eleições municipais de 1996 contabilizamos entre votos nulos e brancos, além do não comparecimento, 25.000 eleitores. Este número evoluiu proporcionalmente com o aumento da população e de eleitores inscritos. Na última eleição esta cifra atingiu 45.000 eleitores.
Quando em 1976 tivemos seis candidatos a Prefeito, três pela ARENA e três pelo MDB, o mais votado da coligação majoritária, Alencar Pires Barroso, elegeu-se com 13. 250 votos.
Depois da Via Expressa para o Cônego, Nova Friburgo não conheceu nenhuma grande obra. Tudo corrobora para que o eleitor fique em casa, não acredite nos candidatos e, quando vai à seção eleitoral, anula ou vota em branco.
Neste 2020, temos até o mês de agosto, salvo desistências de última hora, uns 15 candidatos a Prefeito. Segundo Comte Bittencourt numa entrevista que fiz para a Luau TV, é a única cidade do Estado do Rio de Janeiro com este perfil. Não sabemos se depois das convenções tudo continuará como está, se surgirão coligações ou não. Na verdade, continuando este panorama, podemos ter um prefeito eleito com menos de 20.000 votos e uma soma de abstenções, votos nulos e brancos atingindo a casa de 60.000.
Nenhum eleito terá representatividade, a dificuldade para liderar será maior ainda e esta previsão supõe algumas evidências: o descaso com a política que vem crescendo e soma, agora, com a pandemia do coronavírus.
Se temos em torno de 150.000 eleitores, com esta desistência sobram 90.000 votos, isto significa que a média de votos dos 15 candidatos será de 6.000; por isso todos sentem-se eleitos e não desistem ou buscam coligações. Tudo está dividido. Os conservadores, os centristas e os progressistas apresentam vários candidatos com mesmo perfil ideológico ou completamente sem perfil.
Tais fatos são ruins para a cidade em que habitamos, portanto, este município faz um apelo ao eleitor: saia de casa e vote em alguém. Há escolhas possíveis, há gente com intenções bem claras e nós não podemos correr mais riscos que já corremos.
Você, eleitor, residente ou não nesta cidade, pense seriamente no exercício do voto. É seu direito e seu dever. O voto é sua arma para mudar, manter o status quo ou provocar uma transformação inesperada. No entanto, deixar o barco correr, pode significar uma aposta numa transformação inesperada pouco positiva.
O que você, eleitor, pode fazer pela cidade é a sua inestimável contribuição junto às urnas. Votar não dói! Não votar pode doer por quatro anos! Pense nisso. A cidade clama pelo seu bom senso.
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