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Ser humano, conhecimento e valores

Por Hamilton Werneck
02/09/19 - 14:44

Se você quiser, hoje, no Brasil, colocar fogo num debate, levante questões que envolvam gays, sexualidade, gênero, pessoas transgênero, lésbicas, questões sobre valores morais, éticos e estéticos.

Por que, em outros tempos, a situação era diferente? Porque eram assuntos deixados de lado, não eram debatidos e no seio das famílias e escolas o assunto era tabu.

Junto com a onda neoliberal dos anos noventa, após a queda do muro de Berlim e o desmonte da União Soviética, o neoliberalismo trouxe à baila todo o tipo de debate, inclusive aqueles que ficavam escondidos embaixo dos tapetes. Podemos dizer que as mudanças começaram, de fato, trinta anos antes, ainda na década de sessenta do século passado, quando do lançamento do livro de Herbert Marcuse, Eros e Civilização. Iniciou-se, então, uma liberação do uso do corpo e os tabus foram caindo um a um.

Este movimento político e econômico foi apoiado por duas frentes no ocidente, ambas estacionadas no que Arnold Toynbee chama de Grande Israel, ou seja, a Europa central e a América Anglo Saxônica.

Os protestantes americanos, sobretudo, apoiaram esta onda, dada a familiaridade, desde João Calvino orientando o comércio entre os protestantes suíços e franceses e latinizando o protestantismo, segundo a concepção de Max Weber.

Ocorre, no entanto, que duas agendas caminham juntas: uma delas que trata da liberação da economia, com menor presença do estado, menos visão para agendas de inclusão, busca do lucro dentro do viés capitalista. Até aqui o consenso é bem grande; outra agenda cria problemas entre as correntes que apoiam o neoliberalismo. Trata-se da agenda moral, não aceita pela maioria dos liberais. Eis a razão de assuntos que extrapolam os valores tradicionais bíblicos trazerem para as mesas de debates as questões sobre valores e conhecimento humano.

Estamos diante de dois paradigmas que se digladiam nos programas de TV, nos projetos políticos e nas mais variadas pedagogias.

Um paradigma diz respeito à cosmovisão bíblica e o outro à cosmovisão grega.

Para a cosmovisão hebraica, o ser humano é uma criatura de Deus, o conhecimento nele se origina e os valores são baseados na lei de Deus. A cosmovisão grega, usando água batismal católica, na idade média foi introduzida pelos estudos de Tomás de Aquino, e esta concepção entende que o ser humano é um ser superior e, acrescenta, criado por Deus. Os gregos entendiam os humanos como originadores do conhecimento. Num passo avançado e de nossos dias, o escritor Yuval Nohan Harari, no livro Homo Deus, já admite um humano dentro da concepção grega, embora professor da Universidade de Jerusalém, judeu e ateu. As diferenças maiores tangem à moral e valores, porque a cosmovisão grega entende que a ética, a moral, os costumes e valores mudam com o tempo e lugar e são construídos pelo EU e pela CULTURA.

Creio que a clareza ao apresentar a origem sobre estes conflitos não os abrandará, mas deixará claro que o debate deve continuar como projeto de busca do equilíbrio nas relações entre humanos diferentes.

Quando um humano morre, ele não sabe que morreu. Sofrem os parentes e os amigos; os idiotas provocam o mesmo sofrimento.


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