Baleia jubarte é encontrada morta na praia de Unamar, em Cabo Frio
Em estado avançado de decomposição, animal precisou passar por exame de necropsia
Uma baleia jubarte foi encontrada por banhistas, encalhada e sem vida, na manhã desta segunda-feira, 30, na praia de Unamar, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio. Equipes se deslocaram imediatamente ao local para a realização do exame de necropsia.
As equipes do GEMM-Lagos e Instituto BW realizaram o trabalho após serem acionadas pela Guarda Marítima e Ambiental de Cabo Frio para verificar o estado do animal. Após o exame, o corpo do mamífero foi enterrado na areia.
De acordo com a médica veterinária Paula Baldassin, do Instituto BW, o exame necroscópico é fundamental para entender o que levou o animal ao óbito:
Mesmo o animal estando em avançado estado de decomposição, muitas vezes conseguem coletar informações importantes.
O vídeo abaixo mostra a equipe do Instituto BW realizando a necropsia do animal.
Segundo o instituto, as baleias jubarte realizam extensas migrações anuais entre áreas de alimentação nos polos, ou seja, em águas frias e ricas em alimento, e áreas mais quentes, que correspondem às áreas de reprodução e cria de filhotes, que ganham peso e tamanho para retornarem aos polos.
A migração ocorre de maio a novembro, com picos em junho, julho e agosto, quando as baleias passam bem próximas à costa.
Após uma redução drástica das populações em função da caça, quando menos de 1.500 baleias podiam ser encontradas na costa brasileira nos anos 70, essa população vem se recuperando e hoje alcança mais de 25 mil baleias.
Segundo o professor Dr. Salvatore Siciliano, do GEMM-Lagos, machos adultos migram para as áreas de reprodução em busca de fêmeas maduras. As fêmeas férteis apresentam um ciclo muito curto, então os machos precisam aproveitar esse período para realizar a fecundação:
Machos adultos formam grupos competitivos, ou seja, seguem uma fêmea receptiva para tentar copular com ela. Nesse caso, competem pelo acesso, ou maior proximidade das fêmeas, o que acontece entre muitos empurrões, batidas de cauda, das nadadeiras peitorais, e saltos.
Ao se deparar com animais nesse estado é preciso acionar imediatamente o resgate | Foto: Divulgação/Instituto BW
O GEMM-Lagos, em parceria com o Instituto BW, atua no monitoramento e resgate dos mamíferos marinhos da Região dos Lagos e do Norte Fluminense, em cumprimento da execução do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Campos e do Espírito Santo.
O instituto reforça que em caso de encontrar pinguins e outras aves marinhas, tartarugas-marinhas e mamíferos marinhos na faixa de areia, mortos ou debilitados, não se deve devolver para a água. É preciso acionar imediatamente o número 0800 991 4800 e aguardar o resgate.
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