CDL e Sincomércio criticam interdição de Alberto Braune para realização de eventos por 15 dias

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, criticaram o anúncio da interdição de um trecho da Avenida Alberto Braune, prevista para o próximo mês.

De acordo com as entidades do comércio, a prefeitura informou que vai realizar dois eventos em um trecho da principal avenida do centro da cidade.

Entre os dias 20 e 23 de outubro, acontece a Festa da Cerveja. Já entre os dias 24 a 31 de outubro, será realizada a Semana da Reforma Protestante.

O anúncio causou surpresa e para o presidente da CDL e do Sincomércio, Bráulio Rezende, o bloqueio de parte da avenida por duas semanas, prejudicará o movimento das lojas e vai causar problemas no tráfego:

A interdição da principal artéria do Centro, no trecho que vai da rua Comandante Ribeiro de Barros à rua Duque de Caxias, por tanto tempo, também deverá causar tumulto no trânsito.

Bráulio informou que não houve consulta prévia ao comércio, que será diretamente afetado pela medida:

A Secretaria de Turismo planejou tudo sem avisar nossas entidades, que mantêm canal de diálogo sempre aberto com o governo, em prol de Nova Friburgo. Queremos deixar claro que não nos posicionamos contra a Festa da Cerveja nem contra qualquer evento, desde que não altere demais a rotina da cidade.

O presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo (Acianf), Júlio Cordeiro, declarou que o governo municipal deveria discutir a adoção de um local permanente para eventos, considerando a capacidade de atender a público e espaço para veículos.

Assim como Bráulio, ele se queixou de que as entidades do comércio não foram ouvidas para definir a interdição da avenida Alberto Braune. Júlio Cordeiro prevê “transtornos impactantes de acesso, com dimensões incalculáveis” com a medida:

No comércio, corremos risco de esvaziamento pela falta de disposição do cidadão para circular. No transporte coletivo, milhares de passageiros demorarão muito mais para chegar no seu destino.

A prefeitura informou, por meio de nota, que antes da tomada da decisão, foi realizado um estudo de logística, junto à Secretaria Municipal de Ordem e Mobilidade Urbana, que apontou a viabilidade do Centro abrigar a festa e apresentou o mapa de vias alternativas a serem utilizadas. Foi considerado ainda o fato de que este ponto tornaria a festa mais democrática, com acesso mais facilitado para população em geral.

O governo municipal destaca que a avenida já é palco do Carnaval, o maior evento do município, e que no período, a via fica fechada integralmente e os acessos alternativos atendem às demandas do trânsito local. O fechamento da rua não significa o fechamento do comércio no entorno. A secretaria acredita que as atividades comerciais poderão se valer da temática do evento e do fluxo de pessoas para aumentar seu número de vendas.

"A Secretaria de Turismo oficiou a todos os comerciantes da região sobre a realização do evento na avenida, bem como apontou os pontos de interdição, vias alternativas e outros detalhes pertinentes, inclusive no corpo do oficio fala-se dos horários de carga e desgarga que estarão disponíveis para abastecer o comércio da área. A pasta também solicitou, por diversas vezes, uma reunião com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas e Sincomércio, Bráulio Rezende, para dialogar sobre esta questão. Como os pedidos não foram atendidos, a Secretaria então encaminhou ofício com todas essas informações às entidades. Ademais, embora a gestão preze pela cooperação e parcerias, a decisão final compete ao governo", acrescentou a prefeitura.

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