Censo 2022 do IBGE identifica sete favelas em Nova Friburgo; saiba onde ficam
Dados apontam os bairros que têm áreas de vulnerabilidade e fatores que as caracterizam
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, possui sete favelas. Os dados foram divulgados no suplemento Favelas e Comunidades Urbanas (FCUs), do Censo 2022.
Embora o IBGE reconheça que na maioria dessas localidades do município há bons indicadores de infraestrutura como água canalizada, saneamento básico e coleta de lixo, não são apenas esses fatores que determinam e caracterizam os locais como favelas.
De acordo com o instituto, a legalização das propriedades de imóveis e terrenos, além dos padrões estruturais, também são aspectos importantes que são considerados:
Uma área pode ter uma oferta satisfatória de serviços públicos, mas apresentar insegurança jurídica da posse para a maioria dos domicílios e possuir padrão urbanístico distinto dos parâmetros oficiais, o que a caracterizaria como uma favela e comunidade urbana.
Isto significa que as áreas consideradas favelas ou comunidades urbanas são carentes de uma organização física e funcional de um espaço urbano, de infraestruturas como disposição das ruas, lotes, edificações e dos espaços públicos.
Além disso, a reportagem do Portal Multiplix apurou junto à instituição que essas áreas podem ser espaços específicos em uma região e não um todo:
O mapeamento de favelas e comunidades urbanas pelo IBGE não leva em consideração os limites de bairros, podendo uma favela ou comunidade urbana ocupar apenas parte de um bairro ou mais de um, por exemplo.
Veja abaixo quais são os bairros que possuem áreas identificadas como favelas pelo estudo do IBGE e suas características:
Alto do Floresta
Foram comprovados 854 domicílios com 1862 pessoas
98,51% das casas têm conexão à rede de esgoto
91,72% das casas têm abastecimento de água pela rede geral
100% das casas têm banheiro exclusivo
99,73% das casas têm coleta de lixo
Cordoeira
Foram comprovados 349 domicílios com 832 pessoas
98,99% das casas têm conexão à rede de esgoto
99,32% das casas têm abastecimento de água pela rede geral
100% das casas têm banheiro exclusivo
99,66% das casas têm coleta de lixo
Horto do Vino
Foram comprovados 153 domicílios com 371pessoas
5,26% das casas têm conexão à rede de esgoto
11,28% das casas têm abastecimento de água pela rede geral
100% das casas têm banheiro exclusivo
95,49% das casas têm coleta de lixo
Lazareto
Foram comprovados 284 domicílios com 613 pessoas
94,38% das casas têm conexão à rede de esgoto
97,19% das casas têm abastecimento de água pela rede geral
100% das casas têm banheiro exclusivo
100% das casas têm coleta de lixo
Rede Ferroviária Federal
Foram comprovados 61 domicílios com 142 pessoas
0% das casas tem conexão à rede de esgoto
0% das casas tem abastecimento de água pela rede geral
100% das casas têm banheiro exclusivo
100% das casas têm coleta de lixo
Rui Sanglard
Foram comprovados 762 domicílios com 1726 pessoas
92,5% das casas têm conexão à rede de esgoto
92,19% das casas têm abastecimento de água pela rede geral
99,85% das casas têm banheiro exclusivo
100% das casas têm coleta de lixo
Três irmãos
Foram comprovados 169 domicílios com 381 pessoas
99,29% das casas têm conexão à rede de esgoto
65,96% das casas têm abastecimento de água pela rede geral
99,29% das casas têm banheiro exclusivo
100% das casas têm coleta de lixo
Governo municipal reconhece as favelas
Sobre as análises feitas em Nova Friburgo, o IBGE informou à reportagem que após a operação censitária, "são promovidas reuniões com atores locais envolvidos na temática das favelas e comunidades urbanas, que inclui principalmente as prefeituras".
O instituto relatou ainda que esses encontros, denominados "Repacs", têm por finalidade apresentar o conceito e verificar se há concordância na classificação dessas áreas nos limites territoriais e nos nomes adotados. No caso do município, a instituição destacou:
Informamos que no caso de Nova Friburgo, houve concordância com a prefeitura na classificação dessas áreas.
O que dizem os envolvidos
O portal procurou a Prefeitura de Nova Friburgo para saber quais fatores contribuíram para o avanço de favelas na cidade e quais são as principais políticas públicas e habitacionais empregadas pela atual gestão para tentar sanar a questão, mas não teve retorno.
Já o governo estadual, que também foi procurado pela reportagem, informou sobre a execução de seis programas criados pela Secretaria de Estado de Habitação de Interesse Social (Sehis) com o objetivo de combater o déficit habitacional, melhorar as condições de moradia no território fluminense e levar mais qualidade de vida aos cidadãos.
Ainda de acordo com a Sehis, "atualmente, mais de R$455 milhões estão sendo investidos na construção de moradias e cerca de R$75 milhões na reforma de condomínios habitacionais. Quase R$50 milhões estão sendo empregados na execução de obras de contenção de encostas".
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