Moradores da região de Rio Bonito de Lumiar e Macaé de Cima, em Friburgo, se queixam de problemas nas estradas e cobram prefeitura
Para lidar com os problemas, população mobiliza abaixo-assinado para pedir medidas urgentes de reparo nas vias
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As condições das estradas de acesso à RJ-142 e às localidades próximas têm sido motivo de transtornos para os moradores de Rio Bonito de Lumiar, Macaé de Cima e outras áreas da região, em Nova Friburgo, na Serra Fluminense.
De acordo com os habitantes, buracos, deslizamentos e poças de água e lama fazem parte da realidade local há anos.
Uma das pessoas que sofre com esses danos é Peter Monnerat, que vive na região há cerca de 40 anos. Segundo ele, faz "pelo menos cinco anos que as estradas de Macaé de Cima, Macaé de Baixo, Rio das Flores e Rio Bonito não recebem qualquer intervenção por parte da prefeitura".
Antigamente, a prefeitura passava com uma máquina e tapava os buracos anualmente. Hoje, a impressão que temos é de que o poder público desconhece totalmente a existência dessas localidades. A queixa dos moradores é que, em função desse abandono de vários anos, a estrada se encontra em péssimo estado, com imensos buracos, pedras e valas tornando muito difíceis os deslocamentos
, explica.
Com as "péssimas condições" das vias, Peter conta que a população enfrenta uma série de problemas, como: aumento do tempo de deslocamento; viagens cansativas, especialmente para idosos; desgaste dos veículos; e risco maior de acidentes.
Estradas de terra requerem manutenção periódica (...) A minha percepção é que a região do Macaé de Cima está se deteriorando ao longo do tempo, sendo assim um incentivo a que a população migre cada vez mais para o núcleo urbano do município
, enfatiza.
Condições da estrada de Macaé de Cima também é motivo de queixa dos moradores | Foto: Reprodução/Pedroimar da Silva Ferreira
A situação também é apontada por Ana Maria Ouverney, moradora de Macaé de Cima desde a infância e que, durante 30 anos, foi proprietária de uma pousada no local.
Atualmente, o carro da família de Ana está sendo reparado na oficina, após sofrer danos com os buracos na estrada. Porém, além dos problemas enfrentados como moradora da região, Ana relata que já enfrentou dificuldades como empreendedora:
Tive vários clientes que ficaram atolados na estrada ou que chegaram com crises de nervos pelo medo de passar por tantos buracos e pedras.
Outro ponto destacado por ela é que, para lidar com a falta de amparo, a manutenção e a redução de riscos são feitas pelas próprias pessoas que vivem ou frequentam as redondezas.
Aqui, quem corta o matagal da estrada e tapa os buracos é o pessoal da redondeza (...) É um problema muito sério e todos passam muita dificuldade. Gostaríamos de uma estrada decente, não precisa mais que isso
, ressalta.
Mobilização popular
Para buscar ajuda diante desses problemas, os moradores se mobilizaram e lançaram na última quarta-feira, 12, um abaixo-assinado para reivindicar que a prefeitura adote medidas urgentes para melhorar as estradas.
Na petição, que já conta com quase 700 assinaturas, é ressaltado que os transportes coletivos "quebram quase todos os dias" e que a má condição da via impede que a população vá ao trabalho, às escolas ou ao hospital.
Além disso, denunciam um deslizamento de terra em um trecho próximo ao sítio San Izidro, ocorrido no ano passado. Segundo o relato, o dano foi "disfarçado com um pouco de asfalto, mas está sem sinalização".
Esta é uma tragédia anunciada porque a terra está nua, sem nenhum tratamento de contenção. Ficaremos ilhados (...) O estreitamento da estrada é visível e perigoso
, alerta o texto.
População relata que danos nas vias provocam aumento no tempo de deslocamento, desgaste dos veículos, viagens cansativas, entre outros transtornos | Foto: Reprodução/Redes sociais/Pedroimar da Silva Ferreira
A criadora do abaixo-assinado, Cristina Pape, moradora de Rio Bonito de Cima há dez anos, ressalta que não se trata de uma mobilização política e partidária, mas "uma preocupação sobre as condições de vida e transporte que as pessoas têm que viver" na região.
As estradas estão com tantas pedras soltas e buracos que só conseguimos andar a 20 km/h. Em uma estrada de terra com boas condições poderíamos andar a 40 km/h, o dobro da velocidade. Um abaixo-assinado é sempre uma pressão para qualquer prefeitura e o que me interessa é a obrigação do governo de zelar pelos cidadãos
, enfatiza.
Cristina aponta ainda que a prefeitura se mostra sensível às queixas da população em datas como o Carnaval e a Festa do Inhame, que acontece na época do inverno.
Se formos agora à entrada de Galdinópolis, na [estrada] Mury-Lumiar vamos ver que colocaram pó de pedra nos buracos e só isso e acabou. A coisa logo vai embora porque é muito carro entrando e saindo (...) Quando chegam as festas, eles dão uma ajeitada. Queremos soluções mais consistentes.
Em alguns trechos, Cristina conta que os moradores têm medo de passar, como a entrada da rua Hans Garlip, em Mury, que passa por Rio Bonito de Cima e leva à estrada Mury-Lumiar:
Se o carro quebrar, nem o trânsito normal tem mais. Em vez de fazer uma viagem de 10 km, temos que fazer uma de 35 km. É um absurdo e um desgaste. A pessoa fica doente, passa dificuldades, tenta contar com ônibus e não tem.
O Portal Multiplix questionou a prefeitura na manhã da última segunda-feira, 17, e aguarda retorno sobre as reivindicações dos moradores da região e as ações planejadas para reparar as estradas.
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