Prefeitura de Nova Friburgo tem recurso disponível, mas obra na Vila Amélia segue inacabada

Você, leitor, viu em reportagem recente do Portal Multiplix, a história e a origem da Vila Amélia. Mas uma pergunta ainda fica no ar: qual será o futuro do Córrego do Relógio, que atravessa o bairro de Nova Friburgo?

Esta pergunta faz parte do cotidiano de moradores e das pessoas que passam pelo local, especialmente após a queda de parte da rua Teresópolis, em fevereiro deste ano, que derrubou um trecho do deque de madeira ainda inacabado que cobre o córrego.

Antes da tragédia climática da Região Serrana, o local possuía um calçadão de concreto que caiu com a força da enxurrada que atingiu o bairro, na madrugada de 11 para 12 de janeiro de 2011. Com isso, o Córrego do Relógio ficou sem proteção por um período, até que decidissem pela colocação do deque de madeira. A decisão, no entanto, não foi bem recebida pela comunidade.

E o que muitos não lembram ou não sabem é que existe um convênio entre a prefeitura e a Caixa Econômica Federal, celebrado após a tragédia de 2011, com recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional, para realizar a cobertura do Córrego do Relógio.

Contudo, a empresa contratada para fazer o serviço abandonou a obra há cinco anos com mais de 50% dos recursos já liberados.

O que diz a Caixa

Em resposta, por email, aos questionamentos do Portal Multiplix, a Caixa Econômica Federal informou que o contrato previa um investimento total de R$ 905.785,60, sendo R$ 789.800,00 de repasse da União e R$ 115.985,60 de contrapartida do município.

“Até o momento foram liberados R$ 496.594,40, o que corresponde a evolução de 54,86% das obras”, afirma a Caixa.

Assim, sobram R$ 409.191,00, valor este que está bloqueado em uma conta do banco.

A instituição ressalta que para liberar o recurso bloqueado, “aguarda o recebimento de documentação para formalização do aditivo contratual, visando a continuidade da obra".

Questionamentos sem resposta

A reportagem do Portal Multiplix procurou a Prefeitura de Nova Friburgo no dia 22 de julho e questionou qual o destino dos recursos liberados neste convênio, o que falta para a liberação do valor bloqueado, o que previa o projeto original, se ocorreu alguma reunião com a empresa que abandonou a obra e que alternativas estão sendo estudadas para concluir a intervenção, mas até a publicação da matéria, nesta segunda, 2 de agosto, não obteve resposta.

Histórico do Córrego do Relógio

No dia 6 de fevereiro deste ano, parte da rua Teresópolis, onde o córrego está localizado, cedeu, levando um pedaço do deque incabado que servia de passagem para os pedestres e derrubando quatro carros sobre o local.

O Poder Executivo reconstruiu o trecho da rua que caiu, mas a obra para recolocar as ripas de madeira do deque segue inacabada. Segundo a Prefeitura, “as madeiras que estavam em condições de uso foram reaproveitadas, no entanto, não foram suficientes para cobrir todo o córrego".

O reaproveitamento do material gerou reclamações da Associação dos Moradores e Amigos da Vila Amélia (Amava), pois as madeiras estariam apodrecidas e a associação chegou a enviar um ofício para as secretarias de Defesa Civil e de Obras, no dia 22 de junho.

O presidente da associação de moradores, Cailan Cardoso, destacou que a obra da forma que vem sendo realizada oferece riscos aos residentes e pedestres que passam pelo local.

“Enviamos o ofício (...) pedindo informações sobre os procedimentos e para saber se existe segurança naquele trecho. O correto seria fazer a obra toda e colocar uma laje no local”, relatou Cailan.

Em laudo emitido no dia 25 de junho, a Defesa Civil informou que as madeiras reaproveitadas têm vida útil de mais dois anos.

Diante das reclamações e da necessidade de uma intervenção mais ampla e adequada às necessidades da comunidade local, em julho a prefeitura informou que estava sendo estudada uma alternativa que atenda toda a rua Teresópolis, e não apenas o trecho afetado recentemente pelas chuvas, mas até hoje não deu mais detalhes.

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