"Não se vive sem cultura!", jornalista cultural fala das dificuldades do setor na pandemia
No Dia Nacional da Cultura, criador do site Ziriguidum, o niteroiense Beto Feitosa, fala sobre o projeto e o atual momento do setor
Despertando emoções e funcionando como alimento para a mente e a alma, a cultura celebra nesta quinta-feira, dia 5 de novembro, o Dia Nacional da Cultura. Em tempos de pandemia, o setor tenta sobreviver em meio à falta de apresentações ao vivo e a diminuição das receitas. Para saber como a área cultural tem buscado ser fonte de inspiração em meio às dificuldades, o Portal Multiplix conversou com o jornalista Beto Feitosa que criou, em 1998, o Ziriguidum, site voltado para o mundo da música.
Niteroiense, o jornalista cultural Beto investiu no Ziriguidum como um espaço múltiplo de criação com entrevistas e divulgação do trabalho da classe musical.
Ele revela que em parceria com o portal UOL promoveu diversos chats, lançamentos e chegou a editar o primeiro programa de rádio produzido exclusivamente para a web, o RadioAtivo.
O programa estreou em 1988 e trouxe entrevistas exclusivas com Rita Lee, Leila Pinheiro, Zélia Duncan, Moska, Verônica Sabino, Lô Borges entre outros nomes.
O profissional de Comunicação revela, ainda, que discos dos artistas eram divulgados com antecedência em uma espécie de streaming dentro do Ziriguidum.
Desde 2017, o conteúdo do site passou a ser publicado diretamente no Facebook, Instagram, YouTube e Spotify.
Mas esta rica história cultural viu tudo mudar em 2020. Com a pandemia do novo coronavírus, os shows pararam, casas de shows fecharam e artistas perderam renda, assim como vários integrantes do setor.
Assim, ao lado de Cláudio Lins, cantor e filho de Ivan Lins, eles decidiram criar o Festival Ziriguidum.
“O Cláudio me ligou e perguntou o que a gente iria fazer e me deu o exemplo de Portugal que estava fazendo lives com os artistas. Com essa inspiração, criamos o festival. Assim, convidávamos os artistas e durante dois meses fizemos apresentações toda semana. Agora, ele ocorre quinzenalmente, sempre às sextas, sábados e domingos”, declara.
Ele afirma que no momento, as lives possuem sempre um tema unindo música e causas sociais. Em uma delas, o festival decidiu fazer apresentações para ajudar o Beco das Garrafas, reduto boêmio de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro.
A próxima live vai ter tema ecológico e vai contar com músicas que citam a ecologia.
Por fim, Beto destaca que a cultura foi um dos setores que mais sofreram com a pandemia e vem buscando apenas sobreviver. No entanto, ele destaca a importância dos artistas neste momento tão difícil vivido pela humanidade.
“Os artistas, nesta pandemia, estão agindo como médicos, e apesar das dificuldades e preocupações, estão levando alegria e um pouco de alento para as pessoas. Quero parabenizar os nossos artistas e dizer que não se vive sem cultura”, conclui.
Celebrado anualmente no dia 5 de novembro, o Dia Nacional da Cultura foi estabelecido por lei em 1970.
Ele é comemorado nesta data em razão do aniversário de nascimento do jurista, político, escritor e diplomata Rui Barbosa (1849-1923).
Programação Dia da Cultura
Para celebrar a data, o Sesc Rio promove uma série de eventos online. Confira os que ainda vão ocorrer:
17h – Sarau literário – Zoom.
18h – Live de música: Dom Filó (Movimento Black Rio) – Instagram Sesc Copacabana.
19h – Espetáculo “Jogo de Damas” – Cia Amok – YouTube Sesc RJ.
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