Preços dos ovos de chocolate estão até 18% mais altos, mas expectativa de vendas é boa
Outros produtos, como peixes, batatas e azeitonas, também são alimentos que terão maior saída nesta Páscoa
A Páscoa está chegando e, de acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), os preços dos ovos de chocolate estão, em média, 13% a 18% mais altos.
Mas, mesmo com a alta dos ovos de chocolate nas prateleiras do comércio, as vendas no varejo que são voltadas para a Páscoa deverão somar R$ 2,49 bilhões em 2023, segundo uma projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Volume de vendas dos ovos de Páscoa deve apresentar um crescimento de 2,8% | Foto: Luana Sacre
O volume de vendas deve apresentar um crescimento de 2,8% em relação a mesma data do ano passado, já descontada a inflação.
A previsão é da confederação:
O terceiro avanço anual nas vendas de Páscoa ainda se insere no contexto de retomada do consumo pós-pandemia.
Encomendas de ovos artesanais
Em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, os fabricantes de ovos de chocolate artesanais estão em plena atividade.
Para a confeiteira Fernanda Vasconcelos, que investe no mercado da Páscoa pela terceira vez, o aumento da matéria-prima quase não foi sentido e ela afirma que está com muitas encomendas:
Estamos com vários pedidos. Estou me surpreendendo com bastante encomenda, até dos ovos mais caros.
Para Maria Claudênia, mais antiga no setor, essa época do ano é a melhor em termos de movimento. Mesmo com o aumento, ela está confiante nas vendas:
Estamos, inclusive, nos preparando para atender os clientes que deixam tudo para a última hora.
A chocolatier Giovana Quintella também está a mil por hora, mesmo com o aumento no preço do chocolate.
Com a alta da matéria-prima, Giovana reduziu a margem de lucro | Foto: Luana Sacre
Ela diz que não repassou o reajuste da matéria-prima. A receita que ela encontrou foi reduzir a margem de lucro.
Apesar de ser um trabalho artesanal, que leva mais tempo para fazer, estou protegendo o meu cliente e me protegendo, para não perdê-los.
Giovana ressalta que, normalmente, as pessoas preferem quantidade do que qualidade, e disse que se ela não fizer esse sacrifício, corre o risco de perder a clientela.
Ela começou a trabalhar com chocolate em 2011. Primeiro usava ingredientes nacionais, depois se especializou e passou a usar o chocolate importado.
"Bati o pé e optei por oferecer um produto melhor para os clientes”, explica a chocolatier friburguense, que tem experiências internacionais em Paris, Portugal e Nova Iorque.
Caixa de bombom é aposta do mercado
Giovana tem razão sobre a preferência por fartura: o levantamento feito pela Abras indica que, no comércio em geral, são as grandes quantidades de ovos menores e os bombons que prometem vender mais.
Os supermercados terão ovos de chocolate com pesos, preços e marcas variados para atender todos os consumidores nessa Páscoa.
Segundo os donos desses estabelecimentos, em média, 20% das encomendas foram distribuídas para ovos de 100g a 521g, além de ovos com brinquedos ou brindes.
Já os mini-ovos, coelhos, barras de 60g até 100g devem representar 25,1% do volume.
O maior número de pedidos ficou com os bombons, de 77g a 250g: 26,7% das encomendas.
Além do chocolate, o varejo também pretende vender mais com outros produtos relacionados à Páscoa, como o bacalhau, por exemplo.
O que vai vender mais
Ainda segundo a associação que representa os supermercados, os produtos com maior aumento de vendas na Páscoa deste ano, na comparação com 2022, devem ser os peixes em geral, com alta de 19,6%.
O bacalhau tem uma expectativa de crescimento de vendas em 18,9%; em seguida, os maiores aumentos são dos ovos de galinha (+17,3%); da batata (+15,4%); da azeitona (+14,4%); e do azeite (+14,3%).
Outros itens que devem impulsionar o consumo nesse período são a colomba pascal de chocolate (+14,4%) e colomba pascoal de frutas cristalizadas (+23,8%).
Na cesta de bebidas, o consumo deve ser puxado pela cerveja, com alta de 23,7% no volume, além de outros, como o vinho importado (+20,6%), o suco (+19,3%), o refrigerante (+18,7%) e o vinho nacional (+17.7%).
Procura é maior na véspera da Páscoa | Foto: Luana Sacre
A Abras informou também que a maior demanda pelos produtos acontece na semana que antecede a Páscoa, com aumento de 50% na comercialização.
O reajuste nos preços dos ovos de Páscoa ocorreu por causa do repasse dos custos de produção e da alta dos insumos.
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