A ginástica artística brasileira sob o olhar de Georgette Vidor
Ex-treinadora da seleção recorda conquistas em Tóquio e torce pelo Time Brasil nas Paralimpíadas
Uma vida praticamente inteira dedicada à ginástica artística. Aos 63 anos, Georgette Vidor é um dos símbolos da modalidade que alcançou voos inéditos nas Olímpiadas de Tóquio com a ginasta Rebeca Andrade conquistando a medalha de ouro e se tornando a primeira brasileira a subir ao pódio duas vezes em uma única edição.
Agora, em meio à disputa das Paralimpíadas, Georgette se recorda das tantas outras atletas que cresceram sob sua tutela. Nomes importantes do esporte brasileiro, como Luiza Parente, Danielle Hypolito, Jade Barbosa e Flávia Saraiva, passaram pelos conselhos da ex-treinadora da seleção brasileira e atual coordenadora técnica do time do Flamengo.
"A Flávia esteve comigo desde quando começou na ginástica, agora vimos essa conquista muito grande da Rebeca. Eu comecei criança na ginástica, faz parte da minha vida e sou envolvida totalmente com o que faço. Tenho uma relação bem próxima com as atletas que treinei. O treinador está no dia a dia, viaja junto... a ligação é grande", conta.
Georgette acompanhada da campeã olímpica Rebeca Andrade durante o Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística Juvenil | Foto: Reprodução/Redes Sociais
Muitos atletas de alto nível, das mais diversas categorias, garantem que o maior desafio do esporte não é atingir o ápice, mas se manter no topo por muitos anos. Opinião que também é compartilhada por Georgette, que espera continuar vendo o Brasil no maior lugar dos pódios.
"Conseguimos a maior vitória de todos os tempos. A ginástica teve um bom desempenho nas Olimpíadas do Rio, estávamos resgatando a autoestima para buscar essa medalha há anos. Foi um crescimento muito importante. Acho que o Brasil conseguiu criar uma estrutura maravilhosa, os treinamentos avançaram muito. E o nosso país também é uma potência nas Paralimpíadas", garante.
E quando se trata do maior evento multiesportivo para atletas com deficiência, a ex-treinadora também tem propriedade para falar sobre o assunto. O projeto "Esporte para Todos" foi idealizado por ela, que sofreu um acidente em 1997 e ficou paraplégica. A paixão pela ginástica continuou e, desde 2002, coordena o projeto que ensina a importância da inclusão e da prática de esportes para crianças e jovens de escolas públicas.
"Começamos há quase 20 anos e foi se espalhando pelos municípios do Rio, inclusive na Região Serrana. Nas Vilas Olímpicas existe esse movimento de apoio aos atletas paralímpicos, tem crescido muito. O importante é descobrir novos talentos, que começam lá de baixo e vão se desenvolvendo", declara.
Georgette acompanhada de Bruno Chateaubriand (presidente da Federação de Ginástica do Estado do Rio de Janeiro), Diego e Daniele Hypolito, Jade Barbosa, Flávia Saraiva e Lorrane Oliveira | Foto: Reprodução/Redes Sociais
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