Flip 2020 começa nesta quinta-feira de forma virtual
Formato é inédito e um dos destaques do evento é a participação do cantor Caetano Veloso
A 18ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) começa nesta quinta-feira, dia 3 de dezembro, pela primeira vez em formato virtual.
O diretor de cinema Marcelo Machado vai coordenar toda a videografia dessa experiência. Para isso, algumas mesas e cenas foram gravadas em Paraty, cidade histórica localizada na Costa Verde do estado do Rio de Janeiro e que sedia a Flip desde 1993.
Segundo Munhoz, a intenção é que o público, que participará das atrações da Flip de forma inteiramente gratuita até o próximo domingo, 6, possa ter uma experiência como se estivesse em Paraty.
Convidados
Segundo Mauro Munhoz, vários convidados nacionais e estrangeiros vão participar do evento deste ano.
Na mesa do escritor nigeriano Chigozie Obioma com o brasileiro Itamar Vieira Júnior, que acabou de ganhar o Prêmio Jabuti, o público poderá conferir os pontos de conexão da ancestralidade cultural que acontecem na Nigéria e no Brasil.
Programação
A programação será totalmente livre e gratuita e pode ser acompanhada no site e nas redes sociais. A festa é composta por mesas transmitidas ao vivo e vídeos gravados antecipadamente, com convidados internacionais e autores nacionais, além de artistas e escritores de Paraty.
Além da mesa de abertura Diásporas, às 18h desta quinta-feira, envolvendo Bernardine Evaristo e Stephanie Borges, está programada, às 20h30, a mesa Zé Kleber: Ciranda, com os músicos cirandeiros paratyenses Fernando e Marcello Alcantara, que se dedicam a resgatar e colocar em evidência a cultura caiçara em suas mais diferentes formas.
Nesta sexta-feira, 4, às 16h, o público poderá conferir a mesa Florestas, com o escritor norte-americano Jonathan Safran Foer e a escritora brasileira Márcia Kambeba, que discutirão os impactos da ação humana sobre o clima e a importância da natureza para a educação indígena, sob mediação da jornalista Jennifer Ann Thomas, especializada em meio ambiente.
Às 18h, na mesa Elieen para presidente!, a autora Eileen Myles, de Chelsea Girls, se encontra com suas tradutoras brasileiras Bruna Beber e Mariana Ruggieri e fala sobre a trajetória como poeta, performer, romancista e jornalista.
Às 20h30, será realizada a mesa Animais Abatidos, com as escritoras Pilar Quintana e Ana Paula Maia. As duas romancistas sul-americanas, uma colombiana e outra brasileira, falam sobre seus personagens que vivem em contextos ordinários, mas que acabam se defrontando com aspectos absurdos da vida.
No sábado, 5, a mesa das 16h abordará o autoritarismo, com a historiadora Lilia Moritz Schwarcz, que vai refletir sobre as raízes do autoritarismo brasileiro. Segue-se, às 18h, a mesa Ancestralidades, com o nigeriano Chigozie Obioma e o brasileiro Itamar Vieira Júnior. Os dois romancistas debatem a vida rural de personagens que vivem às voltas com religiões de matriz africana.
Encerrando o dia, às 20h30, está programada a mesa Transições, com o músico e compositor brasileiro Caetano Veloso e o filósofo espanhol Paul B. Preciado. O tema central é a liberdade.
No domingo, 6, último dia da Flip, a mesa Zé Kleber: Sarau, às 14h, traz Elisa Pereira, idealizadora do Fuzuê Literário - Sarau de Paraty, em conversa com Rodrigo Ciríaco, escritor e educador de São Paulo que a inspirou a começar o movimento na cidade. Eles conversam sobre como os saraus artísticos se multiplicaram pelas periferias da cidade de São Paulo e ganharam a cena cultural do país.
Às 16h, ocorrerá a mesa Batidas, da qual participarão a escritora Regina Porter, dos Estados Unidos, e o brasileiro Jeferson Tenório. Eles abordarão questões que aproximam seus trabalhos recentes. No pano de fundo dos dois romances estão vida familiar, paternidade, racismo e desigualdade. Às 18h, será a vez da mesa Vocigrafias insurgentes. Nela, os artistas Jota Mombaça e Danez Smith, do Brasil e dos Estados Unidos, tratam mais da história comum que compartilham do que das fronteiras que os separam.
Às 20h30, a mesa que encerrará as apresentações da Flip 2020 será Zé Kleber: Slam. O encontro entre Nathalia Leal, uma das idealizadoras do Slam de Quinta, que acontece toda quinta-feira na rodoviária de Paraty, e Luz Ribeiro, primeira mulher a vencer o Slam BR – campeonato brasileiro de Slam. Slam, ou ou Poetry Slams, pode ser definido como batalha de poesia falada.
Veja outras notícias da Região Serrana do Rio no Portal Multiplix.