Governo do RJ confirma 1º caso de gripe aviária em ave silvestre encontrada em Cabo Frio
Animal foi recolhido e não há registro de transmissão para humanos
O Governo do Estado do Rio confirmou o primeiro caso de contaminação em ave silvestre migratória com a Influenza Aviária (H5N1) em Cabo Frio, na Região dos Lagos.
A ave da espécie trinta-réis-de -bando (Thalasseus acudiflavus) foi recolhida por profissionais da Ambipar, empresa especializada em gestão ambiental, na praia de Tamoios.
Não houve exposição de pessoas à ave contaminada e também não há registro de transmissão para humanos, ainda segundo o estado.
O recolhimento da ave foi feito por técnicos, que notificaram o Serviço Veterinário Oficial (SVO). O órgão fez a coleta da amostra e o envio ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA-SP), que fez a análise.
Esse é o segundo caso confirmado no Estado do Rio de Janeiro. O primeiro foi em São João da Barra, na Região Norte-Fluminense.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) mantém o monitoramento em Campos dos Goytacazes, para onde foi levada a ave encontrada em São João da Barra.
Quatro pessoas que apresentaram sintomas respiratórios foram testadas para H5N1 e os resultados foram negativos. Por precaução, o monitoramento dura dez dias.
O governo estadual informou ainda que as autoridades estaduais intensificaram as ações de monitoramento e prevenção para evitar a disseminação do vírus pelo estado.
A SES afirmou que já está estruturando um painel de monitoramento da Influenza Aviária, junto com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs).
Também será instituído um fluxo de comunicação entre a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento (Seappa) e a Cievs para informar qualquer mortalidade de aves suspeitas, assim como pessoas com suspeita de síndrome gripal com histórico de contato com aves suspeitas.
Os técnicos das secretarias ressaltam que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves, nem de ovos. As infecções humanas pelo vírus da Influenza Aviária ocorrem por meio do contato direto com aves infectadas (vivas ou mortas).
Ações preventivas nos municípios
Na segunda-feira, 22, o Ministério da Agricultura decretou emergência zoosanitária em todo o território nacional. O objetivo é evitar que a doença chegue à produção de aves de subsistência e comercial, além de preservar a fauna silvestre e a saúde humana.
A SES-RJ orienta ainda que profissionais das unidades de saúde sigam atentos, durante a triagem e o atendimento médico, a casos de síndrome gripal em pacientes que tiveram contato com animais silvestres.
Havendo suspeita, a coleta de amostras é recomendada, independentemente do dia de início dos sintomas, incluindo os casos em unidade de terapia intensiva (UTI). O diagnóstico por RT-PCR é considerado o método padrão-ouro e deve sempre ser adotado para obtenção dos resultados laboratoriais.
Nessa quarta-feira, 24, a secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento (Seappa) também divulgou o Plano de Contingência que estabelece medidas de controle para detectar precocemente e conter a disseminação da Influenza Aviária em aves domésticas, silvestres e exóticas.
O documento estabelece o fluxo de informação entre os órgãos envolvidos por se tratar de zoonose com potencial pandêmico.
Orientação aos criadores de aves e cidadãos
A Secretaria de Agricultura alerta que a população evite o contato direto com aves caídas, mortas ou não, domésticas, silvestres/exóticas e migratórias, além de mamíferos aquáticos (qualquer espécie).
Qualquer suspeita de animal contaminado deve ser comunicada imediatamente ao Núcleo de Defesa Agropecuária da região ou à Coordenação de Vigilância Ambiental do seu município.
A Secretaria de Agricultura aconselha aos criadores de aves de corte ou postura, avicultura de pequena escala e subsistência, que intensifiquem as medidas de biosseguridade das granjas.
Devem ser tomados os seguintes cuidados:
Proibir terminantemente qualquer tipo de visita às unidades de produção
Conferir cercamento de núcleo e telamento adequado do galpão
Manter o portão de acesso das propriedades fechado
Desinfectar veículos em e materiais que acessem as granjas
Ter cuidados com ração e água
Manter registro de pessoas e veículos
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