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Incêndio de grandes proporções atinge montanhas e se aproxima do teleférico, ponto turístico de Nova Friburgo

MPRJ pede informações ao Inea e outras oito instituições sobre recorrência de incêndios na cidade

Por Erika Amaral
13/09/24 - 14:19 Atualizada em 13/09/24 - 18:36

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de janeiro até essa quinta-feira, 12, o estado do Rio registrou 840 incêndios em vegetação. Segundo a instituição, desde 1998, a série histórica foi registrada no ano de 2007, com 1.369 focos, seguido pelo ano de 2014, com 1.283.

O CBMERJ informou ao Portal Multiplix que, de 1º de janeiro até esta sexta-feira, 13, Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, registrou 321 casos. No mesmo período do ano passado, foram 108 ocorrências, um aumento de 197%.

Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, em todo o ano de 2023, a corporação atendeu 172 ocorrências de fogo em vegetação, ou seja, em menos de nove meses de 2024, o número de incêndios florestais é 86,6% maior do que nos doze meses do ano anterior.

E os números não param de aumentar. Desde a tarde desta quinta-feira, 12, um incêndio de grandes proporções atinge as montanhas e chegou ao morro do teleférico, um dos principais pontos turísticos da cidade.

As chamas e a fumaça podem ser vistas em vários pontos das montanhas, assim como a fuligem, que se espalhou em diversos locais, como mostram as imagens do vídeo acima.

Na manhã desta sexta-feira, 13, o Portal Multiplix conversou com Rodolfo Acrib, proprietário do teleférico, que informou:

O incêndio começou por volta das 15h, na parte de trás do morro, e, por ser um local de difícil acesso, os bombeiros não atuaram de imediato, mas foi necessário monitorar as chamas para que não atingissem as torres de sustentação do equipamento. Já na manhã desta sexta-feira, 13, com o fogo mais próximo do teleférico, os bombeiros estão atuando para debelar as chamas.

No início da tarde, Rodolfo explicou que foi necessário paralisar as atividades do ponto turístico:

Está pegando fogo na mata como um todo, mas, graças a Deus, já foi controlado. Agora, estamos controlando aqui em volta. Embaixo do teleférico, está ok. Não é que esteja interditado, nós é que paramos, porque, com fogo embaixo, não tem como colocar ninguém para subir

Segundo o Corpo de Bombeiros, outros três focos também foram combatidos em diferentes pontos da cidade nessa quinta-feira. Os registros aconteceram nos bairros da Vila Amélia, Nova Suíça e no Parque das Flores, distrito de Conselheiro Paulino.

Gabinete de crise

Ainda nessa quinta, durante a posse do novo secretário de Defesa Civil do Estado, coronel Tarciso de Salles, o governador do estado, Cláudio Castro, anunciou a criação de um gabinete de crise com o objetivo de intensificar o combate aos incêndios florestais no estado.

Alerta das autoridades

A Secretaria de Estado de Defesa Civil (Sedec-RJ) emitiu um alerta meteorológico às defesas civis municipais na última quarta-feira, 11, sobre a baixa umidade relativa do ar até o próximo sábado, 14, que ficará em torno de 30% no período da tarde, em todas as regiões do estado, podendo chegar a valores abaixo de 20% em algumas áreas.

Previsão próximos dias

O portal entrou em contato com a pesquisadora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Ana Paula Cunha, especialista em seca e coordenadora substituta de Relações Institucionais do Cemaden, que informou:

Uma frente fria avança em direção ao sudeste no final de semana e pode causar chuva fraca na região entre domingo e segunda. Os acumulados previstos são baixos e a chuva não deve persistir muito além desses dias. Traz um alívio, mas não decreta o fim do período seco. Há uma tendência de que, na primeira quinzena de outubro, as chuvas comecem a retornar gradativamente.

Ainda de acordo com a instituição, entre 30 e 90 dias não chove consideravelmente em todo o estado.

Precauções

O porta-voz do Corpo de Bombeiros, major Fábio Contreiras, faz uma série de recomendações à população para evitar incêndios:

  • não descarte guimbas de cigarros em estradas próximas a áreas verdes;

  • evite fazer fogueiras em acampamentos ou próximas em residências;

  • jamais realize queimadas seja de lixo ou para cultivo;

  • lembre-se ainda que é crime soltar balões e se deve evitar soltar fogos de artifícios.

O major ainda destaca:

Todas essas ações podem gerar grandes incêndios florestais, a morte de animais e de parte da flora fluminense. E lembre-se: o incêndio florestal de hoje é o deslizamento de terras amanhã.

Denuncie

O aumento das ocorrências de incêndios florestais está diretamente ligado ao aquecimento global, às ondas de calor e à presença forte do El Niño no estado. Além disso, segundo o CBMERJ "mais de 95% dos incêndios são causados por ação humana".

Veja os canais disponíveis para denúncias:

  • Corpo de Bombeiros (CBMRJ) – 193

  • Polícia Militar (PM) – 190

  • Defesa Civil – 199

  • Linha Verde – 0300 – 253 -1177

Ministério Público quer informações

Nesta sexta-feira, 13, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), através da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Nova Friburgo, requisitou informações relacionadas à recorrência de focos de incêndio em Nova Friburgo.

O MP encaminhou ofícios ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea), à Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas), ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), à Gestora da Área de Proteção Ambiental Macaé de Cima, à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Nova Friburgo, à Defesa Civil, aos Comitês da Bacia Hidrográfica (CBH) Macaé e das Ostras e Rio Dois Rios, e ao Comando da Polícia Militar (Núcleo Ambiental).

Os documentos questionam quais são as providências que estão sendo adotadas para combater os focos e também buscam informações relacionadas à recorrência de incêndios em Nova Friburgo, notadamente por ações ilícitas potencializadas pela longa estiagem e condições climáticas favoráveis à propagação do fogo.

De acordo com o MPRJ, o Corpo de Bombeiros e o Inea terão prazo de sete dias úteis para responder aos questionamentos. As outras instituições não tiveram o prazo de respostas informado no comunicado emitido pelo próprio MPRJ, por meio de uma publicação no site da instituição.

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