Cabo Frio promove ações de prevenção e diagnóstico precoce de HIV pelo 'Dezembro Vermelho'
Debates e testagem gratuita estão na programação; casos de Aids cresceram entre jovens no país

Atividades em alusão à campanha ‘Dezembro Vermelho’ vão movimentar as equipes de saúde da cidade de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio. Uma programação especial foi montada para discutir o tema, com o objetivo de alertar a população sobre a importância da prevenção e da realização da testagem rápida para HIV e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST's).
A Secretaria de Saúde de Cabo Frio vai realizar na próxima quarta-feira, dia 7, o seminário “Enfrentamento do HIV, Sífilis e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis: Como Estamos?”. O evento vai acontecer no auditório da Universidade Estácio de Sá, das 8h às 13h. De acordo com a prefeitura, as atividades tem como público-alvo os profissionais de saúde da rede municipal.
O intuito é promover uma análise dos dados epidemiológicos, para que possam ser traçados novos caminhos para ampliação do programa já aplicado no município.
“Para 2023, torna-se essencial uma análise criteriosa dos dados epidemiológicos, para que possamos identificar caminhos para a ampliação do controle de casos de sífilis, o aperfeiçoamento das estratégias necessárias para prevenir eventos que tem sido observado como a ocorrência no município de óbito por HIV, identificação de criança HIV positiva e surgimento de casos de neurossífilis. Por essa razão, vamos realizar este seminário, que vai nortear nossas ações para o próximo ano”, explicou Apparecida Castorina Monteiro, coordenadora do Programa IST/Aids e Hepatites Virais.
O dia 1º de dezembro foi escolhido para celebrar o Dia Mundial de Combate à Aids.
Programação do seminário
Segundo os organizadores, das 9h30 às 11h, será discutido o seguinte tema: 'A política de Controle das IST no Estado do Rio de Janeiro e a Situação da IST no município de Cabo Frio', com o enfermeiro Raphael Goulart.
Na sequência, 'A descentralização do teste rápido e do tratamento no município de Cabo Frio', com a bióloga Sandra Araujo Rabelo Silva e a coordenadora do Laboratório Municipal de Saúde Pública de Cabo Frio, enfermeira Cristiane Pereira Sampaio.
Em seguida, o tema abordado será 'O impacto da Sífilis no Hospital da Mulher'. A mediadora desta rodada será a médica Apparecida Castorina.
Entre 11h30 e 12h30, a conversa é sobre 'Mulher, saúde e sexualidade: a feminização do HIV e das IST', com a médica Maria do Espírito Santo Tavares dos Santos e 'Vivendo com HIV/Aids', com Jussara Portugal. A mediadora será a Ana Lúcia Ribeiro Mendonça.
Cabo Frio disponibiliza testes em várias unidades de saúde | Foto: Divulgação/Prefeitura de Cabo Frio
Onde realizar o teste de HIV em Cabo Frio?
A Secretaria de Saúde de Cabo Frio também disponibiliza testes rápidos para detecção da doença no Hospital Dia, que fica na rua Expedicionários da Pátria, s/nº, em São Cristóvão (atrás do Hospital Municipal São José Operário). O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Atualmente, a unidade é referência no tratamento de IST, HIV/Aids e hepatites virais, oferecendo o serviço gratuitamente para diagnóstico de HIV, sífilis, hepatites B e C.
Os exames também podem ser feitos nas Estratégias de Saúde da Família (ESF), Hospital da Mulher, Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Centro de Assistência Psicossocial (CAPS).
Número de casos no Brasil
O país registrou um crescimento de casos de Aids entre jovens com idade entre 15 e 29 anos. É o que aponta o último Boletim Epidemiológico HIV/Aids, divulgado pelo Ministério da Saúde, sobre os dados referentes a 2021.
Os números mostram que houve queda no número de novos casos da síndrome durante os últimos 10 anos em todo o país. Apesar da boa notícia, uma outra estimativa preocupa, isso porque entre os jovens homens de 14 a 29 anos foi identificado um crescimento nos diagnósticos.
Entre os anos de 2011 e 2021, um total de 52.513 jovens com HIV, com idade de 15 a 24 anos, de ambos os sexos, evoluíram para Aids.
No geral, foram registrados 35.246 novos casos de Aids em 2021. Entre os homens de 14 a 29 anos, as notificações passaram de 6.641, ao ano, para 7.970. Um aumento de 20%.
Casos no estado do Rio
De acordo com um levantamento preliminar realizado pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, o número de infecções por HIV apresentou um aumento de notificações em quase todas as regiões do estado, de 2020 para 2021.
A exceção foi apenas na região Metropolitana II, que abrange sete municípios: Itaboraí, Maricá, Niterói, Rio Bonito, São Gonçalo, Silva Jardim e Tanguá. Em 2020, foram registrados 4.015 casos e, em 2021, foram 4.646.
Os números apontam ainda que, em relação à mortalidade, os óbitos vem caindo sistematicamente desde 2015. O mesmo ocorre com a taxa de mortalidade, que também vem apresentando queda, passando de 10,6 por 100 mil habitantes, em 2015, para 8,2 por 100 mil habitantes, em 2020.
A doença surgiu pela primeira vez no Brasil em 1980, e já matou mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente, existem mais de 38 milhões de pessoas vivendo com HIV no planeta, mais da metade recebe tratamento.
HIV e Aids não são a mesma coisa
Segundo o Ministério da Saúde, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) é causada pelo vírus HIV, mas existem pessoas vivendo com HIV que ficam anos sem apresentar sintomas ou desenvolver a doença.
Ou seja, a Aids é o estágio mais avançado da infecção pelo HIV e surge quando a pessoa apresenta infecções oportunistas (que se aproveitam da fraqueza do organismo, como tuberculose e pneumonia) devido à baixa imunidade ocasionada pelo vírus. Por isso, a necessidade do diagnóstico, tratamento e prevenção.
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