A importância da correção muscular na abdominoplastia
A abdominoplastia é e sempre foi um dos procedimentos mais populares e mais procurados dentro do arsenal da cirurgia plástica.
Porém, um dos segmentos deste procedimento tem importância fundamental para o seu êxito, qual seja o tratamento e a recuperação da normalidade anatômica dos músculos da parede abdominal.
A musculatura abdominal, leia-se retos abdominais e músculos oblíquos, com o primeiro tendo maior relevância, sofrem ao longo da vida das pessoas, principalmente as pacientes femininas, efeitos degenerativos e/ou deturpações anatômicas, que causam importantes prejuízos nestas estruturas, seja do ponto de vista funcional e estético.
Gestações, sobrepeso, vida sedentária e até atividades esportivas que provocam fortes pressões intra-abdominais (levantamento de peso, etc...) são geralmente as causas principais.
Estas deturpações resultam em indesejáveis e desagradáveis alterações no contorno corporal traduzindo-se em abaulamentos e distensões, perda de rigidez e da função de cinta natural do abdômen.
Devemos ainda citar a possibilidade de formações de herniações (umbilicais, acima e abaixo da cicatriz umbilical), que em casos mais graves podem exigir a atuação de um cirurgião geral no mesmo tempo cirúrgico, às vezes, com indicação para uso de telas de polipropileno.
Esta associação por conclusão óbvia, aumenta o tempo de cirurgia e consequentemente sua invasividade e morbidade.
O abaulamento abdominal é a principal queixa na maioria das pacientes que procuram o cirurgião plástico para uma abdominoplastia. A diástase (afastamento, esgarçamento) dos retos abdominais que pode estar associada a uma flacidez de aponeurose, ou uma incompetência fisiológica que pode ter fatores predisponentes ou agravantes como: idade, multiparidade, perda de peso significativa em ex-obesos, cesarianas e cirurgias prévias, é a principal alteração a ser corrigida.
A parede abdominal anterior tem maior ou menor competência, dependendo do equilíbrio entre a pressão intra-abdominal, os movimentos dos órgãos internos e do diafragma, as tensões musculares e aponeuróticas da parede abdominal ocasionando formação e presença de protuberâncias no contorno abdominal.
Na grande maioria dos casos a resolução destas alterações é realizada como parte integrante e de suma importância, nas técnicas de abdominoplastia.
As abordagens cirúrgicas são muitas, dependentes de uma análise e investigação minuciosa no pré-operatório, fundamentadas ainda por exames de imagem.
É importante que o paciente tenha em mente que este cuidadoso planejamento pré-operatório é determinante no que deve e poderá ser corrigido, o que exige também uma escolha adequada no seu cirurgião, no tocante a experiência e bons resultados neste tipo de cirurgia.
Como sempre fazemos com objetivos didáticos e de esclarecimento, alertamos que toda cirurgia de cunho estético, pode ser necessária uma reoperação ou cirurgia complementar.
Muitos estudos atuais reconhecem a “pressão” cultural e social das mídias modernas como mecanismo de exigência e imposição na busca e manutenção de um corpo tido com “IDEAL” (magro, esbelto e sarado) enxergando que até mesmo a percepção da forma corporal por cada indivíduo pode estar distorcida, seja por fatores neurológicos ou psiquiátricos.
Não podemos nunca esquecermos, que o entendimento do estético e do bom resultado é subjetivo, analisado por seres imperfeitos nos quais o imprevisível e o imponderável são inerentes a sua natureza (pacientes e cirurgiões).
Soma-se a isto a insinuação pelos meios de comunicação, de cirurgias estéticas simples e inofensivas, provocando nas (os) pacientes a desinformação.
Toda cirurgia tem fatores de risco e complicações. O risco aceitável não deve ser ultrapassado, limites que o cirurgião idôneo, responsável e habilitado sempre procure respeitar.
OBS: Critérios tais como modismo, custos mais baratos e indicações duvidosas devem ser evitados pelos pacientes na seleção do seu cirurgião.
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