Cirurgia reparadora palpebral
Até então, em nossa coluna, discorremos somente sobre as cirurgias de finalidade estética. Há, porém, outro segmento da cirurgia plástica não menos importante, e, segundo alguns, talvez mais importante, que é a cirurgia reparadora, agindo no paciente da mesma forma no resgate da autoestima, da autoconfiança e do equilíbrio psicoemocional dos pacientes.
A cirurgia reparadora/reconstrutora tem papel relevante na restauração de formas, contornos, movimentos e funcionalidades do corpo humano devido à perda destes em função de defeitos congênitos, anormalidades adquiridas através de traumas e ferimentos, anormalidades adquiridas decorrentes de doenças e patologias do nosso organismo. Podemos citar, ainda, alterações devido ao estilo de vida (obesidade) e circunstâncias do modo de vida atual.
Falaremos hoje sobre as alterações na anatomia e funcionalidades das regiões palpebrais, que causam disfunções e limitações parciais muitas vezes totais dos órgãos da visão.
Estamos nos referindo a quatro patologias que podem ocorrer nestas regiões palpebrais e que são as mais frequentes: ptose palpebral, ectrópio, entrópio e triquíase.
A ptose palpebral, palavra que vem do grego "ptôsis" quer dizer queda, caída, descenso. É ocasionada pela perda em variáveis níveis das funções do sistema elevador das pálpebras. Esta perda de função provoca diminuição do campo visual com consequente perda de qualidade de vida. A correção é cirúrgica, podendo ser utilizadas várias técnicas indicadas de acordo com o grau de gravidade de cada caso (leve, moderado, ou grave), restabelecendo, adequadamente, dentro do possível, as funções de abrir e fechar os olhos.
O ectrópio palpebral é definido pela situação patológica de eversão com queda da margem palpebral inferior, provocando maior exposição do globo ocular, com perda da função protetora deste segmento palpebral. Esta anomalia possibilita o surgimento de conjuntivites, úlceras da córnea e até perda da visão. Pode ser de forma congênita ou adquirida.
A correção cirúrgica restaura a normalidade anatômica desta margem palpebral evitando, assim, danos ao globo ocular.
O entrópio palpebral é uma anomalia da posição da borda livre palpebral, a qual revira para dentro fazendo com que os cílios entrem em contato direto com o olho, provocando dor, irritações e lacrimejamentos constantes que podem transformar-se em transtornos diários para o paciente. Pode ter origem congênita, senil, espástica e cicatrial.
Sua correção cirúrgica restabelece sua normalidade, reposicionando, de modo correto, sua anatomia.
E por último a triquíase, que consiste em anomalia adquirida na qual os cílios são desviados de sua posição natural, direcionando-se contra a superfície ocular, ocasionando distúrbios semelhantes ao entrópio, mas exigindo correções cirúrgicas distintas, visto ser de origem também diferente. Sua correção cirúrgica também objetiva a normalidade anatômica, mas, visando ao adequado direcionamento dos cílios.
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