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Sede vacante

Por George dos Santos Pacheco
24/04/25 - 09:17

"Eis que faço novas todas as coisas" (Apocalipse de São João)

Naquele período não existiam tantos satélites, TV digital, smartphones ou computadores de tecnologia avançada. As distâncias pareciam mais curtas e as pessoas pareciam mais próximas. Talvez por isso, ou não (quem pode afirmar com certeza?), a maioria das coisas daquele tempo tornou-se referência consagrada e quase impossível de ser substituída.

Sede vacante: a primeira ocasião em que escutei a expressão foi em 2005, por conta do falecimento do papa João Paulo II. Desde que eu tomei consciência de mim mesmo, ele era o papa – e, para ser honesto, é como se, de certo modo, ele ainda o fosse até hoje. Assim como apresentador de programa é o Silvio Santos, comediante é o Chico Anysio, piloto é o Ayrton Senna, e goleiro é o Taffarel. Do mesmo modo que refrigerante é Coca-Cola, maionese é Hellman's e sandália é Havaianas.

Compreenda bem, religioso leitor. Não se trata de desdém por nenhum pontífice que o sucedeu (livre-me Deus disso!), como fiel católico, devo reverência e admiração a qualquer ocupante do trono de Pedro. Mas, de maneira intrigante, é como se minha mente houvesse se cristalizado no ano 2000. Não sei se é um efeito psicológico do reconhecimento de minha entidade social naquela ocasião ou resultado do famoso bug do milênio, mas o fato é que tudo relacionado àquele instante adquiriu para mim um caráter canônico. Quando atualmente me dizem que algo ocorreu há três décadas, minha primeira reação é projetar 1970 – para em seguida notar o equívoco e, meio sem jeito, refazer a conta.

O senhor tem todo o direito de me julgar louco, mas é a mais absoluta verdade. Assim como é verdade que João Paulo II foi uma das figuras mais marcantes do século XX. Com um dos papados mais longos da história, com vinte e seis anos, consagrou-se como guia espiritual, defensor incansável dos direitos humanos e por sua habilidade em dialogar com culturas diversas. E diante da profundidade e repercussão de um pontificado tão notável, era natural que houvesse certa resistência à mudança.

Depois de sua morte em 2005, o conclave escolheu o papa Bento XVI, que renunciou em 2013, sendo, inclusive, o primeiro a abdicar do comando da Igreja Católica em seis séculos. Após sua saída, recebeu o título de papa Emérito, sendo sucedido pelo papa Francisco, o primeiro pontífice da América Latina.

Nascido Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco demonstrou desde o princípio sua posição diante da Igreja e do povo, conquistando popularidade comparável à do polonês e, não pude evitar a analogia, é claro. O papa Francisco destacou-se em sua atuação pastoral por sua simplicidade, atenção aos necessitados e crítica ao materialismo, deixando como legado o empenho em reformar a Igreja, exigir maior acolhimento aos marginalizados, denunciar a economia predatória e enfrentar líderes despóticos.

Francisco era profundamente carismático e sua marca será lembrada pelos devotos; ele foi a prova de que tudo pode ser renovado, sempre e mais uma vez. Que venha o próximo papa, com a certeza de sua elevada missão, na continuidade do trabalho de seus predecessores e na promoção da harmonia. Enquanto isso, permaneçamos firmes na esperança de dias melhores.


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