13 anos da tragédia: Friburgo terá ação 'Ressignificar'; estado dá mais um passo para construção de casas em Teresópolis
Segundo dados oficiais, quase 800 pessoas morreram nas duas cidades em decorrência das chuvas em 2011
A noite entre 11 e 12 de janeiro de 2011 jamais vai ser esquecida pelos moradores da Região Serrana do Rio.
Atualmente, a data é um símbolo de superação e de homenagem aos que se foram naquele ano.
Mesmo após 13 anos, a lembrança da maior tragédia climática do país, que fez muitas vítimas, volta à memória de quem viveu esse 'pesadelo'.
De acordo com dados oficiais, foram mais de 400 vidas perdidas em Nova Friburgo, mas acredita-se que esse número seja muito maior, chegando a casa dos milhares, já que muitas vítimas não foram encontradas.
Casas completamente destruídas após as chuvas | Foto: José Maria Vasconcellos de Souza/Acervo
No dia 11 de janeiro, um prédio na rua São Roque, no bairro Olaria, desabou durante a tarde e causou a morte de duas pessoas.
Já durante a noite e madrugada a situação piorou e o dia 12 amanheceu em clima de tristeza e medo.
Os moradores de alguns bairros sequer sabiam da situação. Algumas pessoas seguiram sua rotina como a de qualquer quarta-feira normalmente, mas, quando começaram a chegar em certos pontos da cidade, tiveram a noção do que realmente a chuva tinha causado.
Sem energia, telefone e internet, o sofrimento de quem só ouviu falar do ocorrido na cidade serrana também era grande.
Quem tinha parentes em Friburgo, e não conseguia notícias, buscava pelo nome de familiares na lista que, aos poucos, era divulgada pela prefeitura e pelos veículos de comunicação que estavam na cidade. A cada atualização, a quantidade de nomes aumentava.
Bombeiros e voluntários trabalhavam para encontrar possíveis vitímas | Foto: José Maria Vasconcellos de Souza/Acervo
Para relembrar a data, a Prefeitura de Nova Friburgo vai realizar no próximo sábado, 13, uma ação simbólica chamada 'Ressignificar', em um dos lugares mais atingidos na época.
O campo de futebol do distrito de Campo do Coelho receberá uma ação cheia de atividades para todas as idades, a partir das 14h.
Veja a programação:
- 14h: DJ Cosme
- 14h30: Aula de Hip Hop
- 15h: Circo Viva (apresentação infantil)
- 16h: Aula de dança, com Luciane Ferreira
- 17h: Janel Costa
Durante essa segunda edição do evento, haverá brinquedos, pipoca, algodão-doce, aferição de pressão e teste de glicemia.
No último ano, a ação aconteceu no Terra Nova, conjunto habitacional criado para abrigar famílias que perderam suas residências na tragédia de 2011.
Nas redes sociais, o prefeito de Nova Friburgo, Johnny Maycon (PL), falou como a data ficou marcada na história do município:
Hoje é o dia que marca a maior tragédia da história de Nova Friburgo. Nunca esqueceremos o 11/01/2011, data que fez a nossa cidade chorar por cada vida perdida. Nossos corações permanecem lembrando deste momento de tamanha tristeza que mudou a vida de todos os friburguenses. O passado é a nossa história, e com ele aprendemos a cuidar, a nos tornarmos mais responsáveis e a fazer memória. Cada lição, um novo aprendizado, uma nova caminhada.
Promessas para Teresópolis
Em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, as enchentes e desabamentos ocorridos na madrugada de 12 de janeiro de 2011 deixaram 392 mortos confirmados, além de desaparecidos.
Na época, cinco mil pessoas ficaram desabrigadas.
Agora, 13 anos após a tragédia, o governo do estado anunciou o fim da licitação para construção de 500 moradias no Parque Ermitage.
Segundo a Secretaria de Habitação de Interesse Social (Sehis), a concorrência foi concluída e o próximo passo será assinar o contrato com a empresa vencedora para dar início às obras.
Casa destruída após a tragédia em Teresópolis | Foto: Reprodução/Portal Multiplix
O secretário de Habitação de Interesse Social, Bruno Dauaire, disse que o recurso para começar os trabalhos já está garantido:
Toda a secretaria se empenhou bastante nessa licitação e já separamos os recursos. Quando o Orçamento 2024 abrir, poderemos dar andamento para que a população possa ver as máquinas e operários trabalhando nessa obra, esperada há 13 anos.
De acordo com o estado, os apartamentos vão ser destinados às famílias que perderam a moradia em 2011 ou aquelas em situação de vulnerabilidade que recebem aluguel social.
O investimento de R$ 97,7 milhões deve tirar do papel a 2ª fase do complexo, localizado na altura do km 80 da rodovia Rio-Bahia, que já abriga cerca de 7 mil moradores.
O governador do estado, Cláudio Castro, falou sobre o responsabilidade de entregar essas moradias:
Assumi esse compromisso com famílias que esperam há tanto tempo e pedi prioridade nesse e nos demais projetos para os municípios da Região Serrana. Trabalhamos diariamente para que esses imóveis sejam construídos. O segundo condomínio do Parque Ermitage terá toda infraestrutura para dar dignidade e qualidade de vida a essas pessoas.
Construção no Parque Ermitage será feita no complexo que já abriga cerca de 7 mil moradores | Foto: Reprodução/Portal Multiplix
Ainda segundo o governo do estado, serão construídos quatro conjuntos habitacionais, em um total de 25 blocos de cinco pavimentos cada. Os apartamentos terão dois quartos, sala, cozinha e banheiro.
O estado informou também que todos os condomínios terão áreas de convivência, com centro comunitário, parque infantil, academia para terceira idade e área de churrasqueira
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