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Justiça condena ex-prefeito e ex-secretário de Nova Friburgo por desvio de verbas da tragédia de 2011

Pena é de mais de nove anos de reclusão e ressarcimento aos cofres públicos de aproximadamente R$ 171 mil, cada; réus podem recorrer em liberdade

Por Kessia Coutinho
Com informações do Ministério Público Federal
10/04/25 - 12:27
Justiça condena ex-prefeito e ex-secretário de Nova Friburgo por desvio de verbas da tragédia de 2011 Tragédia que atingiu Nova Friburgo em janeiro de 2011 foi um dos desastres naturais mais devastadores da história do Brasil | Foto: José Maria Vasconcellos de Souza

A Justiça Federal condenou o ex-prefeito de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro, Demerval Barboza Moreira Neto, o ex-secretário municipal José Ricardo Carvalho de Lima e um empresário por desvio de verbas públicas destinadas ao socorro das vítimas da tragédia climática que atingiu a cidade em janeiro de 2011.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), os três participaram de um esquema voltado ao desvio de recursos federais que deveriam ser usados no amparo às vítimas e na reconstrução do município.

Na investigação foram descobertas contratações irregulares, execução duvidosa de serviços e manipulação de documentos para justificar os desvios:

Os réus se aproveitaram do estado de calamidade pública decretado após a tragédia para justificar contratações diretas, sem a devida licitação. Foi constatado direcionamento prévio das contratações para empresas específicas, muitas vezes em prejuízo de concorrentes que poderiam oferecer melhores preços e serviços. Para conferir aparência de legalidade, simulavam processos de coleta de preços com orçamentos falsos ou obtidos de empresas inaptas à prestação dos serviços contratados. Além disso, documentos administrativos eram forjados ou alterados retroativamente para encobrir as irregularidades e legitimar pagamentos indevidos.

Segundo o MPF, o esquema também envolveu a obstrução da fiscalização, com respostas omissas ou tardias às requisições do Ministério Público Federal, o que dificultou a investigação:

Os recursos públicos, que deveriam ser aplicados na recuperação da cidade e no auxílio às vítimas, foram desviados em benefício das empresas contratadas de forma irregular, com participação dos agentes públicos envolvidos. Todo esse conluio entre empresários e agentes municipais permitiu a concretização das fraudes e o fluxo ilícito dos recursos.

Para o procurador da República Luís Cláudio Senna Consentino, a decisão judicial reforça que práticas corruptas, sobretudo em contextos de crise, são condutas de alta reprovabilidade e devem culminar com a punição dos responsáveis:

O caso é exemplo do uso do direito penal como controle da gestão pública e da defesa dos direitos das vítimas que tiveram seus auxílios desviados por motivações ilícitas.

A pena final para o ex-prefeito e o ex-secretário é de 9 anos, 10 meses e 10 dias de reclusão. Todos também foram condenados a ressarcir os cofres públicos em aproximadamente R$ 171 mil, cada.

Por fim, o MPF ressalta que os réus podem recorrer da decisão em liberdade, sendo certo, também, que só podem ser considerados culpados após o trânsito em julgado de decisão definitiva.

A reportagem tenta contato com os envolvidos para saber quais medidas serão adotadas após a condenação.

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