No Dia Nacional do Patrimônio Histórico, veja os principais casarões de Nova Friburgo

O Dia do Patrimônio Histórico é comemorado em 17 de agosto e muita gente não sabe, mas quem pichar ou degradar monumentos tombados pode ter pena de prisão de um a três anos, além de multa.

A importância de preservar os patrimônios públicos não deve ser considerada apenas em âmbito nacional, mas também nas esferas regionais, como estados e cidades. Isso acontece por causa da capacidade que o patrimônio tem, com valor material (prédios e construções) ou imaterial (diversas formas de expressões). Além disso, o patrimônio histórico é um fator de identificação e integração das pessoas num determinado lugar, onde nasceram ou vivem.

Em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, todo o patrimônio histórico da cidade começou a ser catalogado (fotos e documentos) através do Arquivo Pró-Memória, que agora se chama Pró-Memória Digital, custodiado pela Fundação Dom João VI de Nova Friburgo. De acordo com o site da fundação, o acervo é fruto de um trabalho que teve início em 1996.

Mas alguns prédios e casarões históricos existem até hoje em Nova Friburgo, guardando em suas construções parte da história da cidade. A própria construção onde funciona a Fundação Dom João VI faz parte da história de Friburgo: a casa foi uma das residências do Barão de Nova Friburgo. A historiadora Janaína Botelho relembra algumas histórias de alguns casarões e palacetes da cidade.

Solar do Barão é uma das construções mais antigas da cidade | Foto: Reprodução/Portal Multiplix

O Solar do Barão foi construído e foi uma das primeiras construções e das mais belas residências de Friburgo, com um grande jardim e pomar com um terreno que ia até as margens do Rio Bengalas. O Barão tinha um bonde que o levava até as outras propriedades que ele tinha, como a chácara do Chalet, localizada onde funciona o Nova Friburgo Country Clube.

Janaina informou que no interior dessa construção existem pinturas do artista Elviro Martignoni, que também pintou afrescos na Catedral São João Batista e no Palácio Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, que hoje sedia o Museu da República. O Chalet do Barão, de acordo com Janaína Botelho, foi construído por volta de 1860 e o local, onde estava a chácara era produtivo, com plantações e escravos.

Um belíssimo patrimônio histórico em Nova Friburgo que pertenceu à família Clemente Pinto no século 19.

Um outro chalé famoso e com muitas histórias para contar é a construção que pertence hoje ao Sanatório Naval. Janaína Botelho contou que lá era o local de caça, também da família Clemente Pinto, dos barões de Nova Friburgo

O palacete foi vendido e o sanatório passou a ocupar o imóvel em 1910, para fazer tratamentos de marinheiros com tuberculose. O local é muito preservado, com as peças originais da construção, muitas, importadas.

Família pediu tombamento da casa como patrimônio histórico da cidade | Foto: Reprodução/Prefeitura de Nova Friburgo

Outro casarão famoso e com muitas histórias para contar é a residência de Galdino do Valle Filho, que foi construído por volta de 1910. Galdino, médico famoso que se tornou um político, foi o autor do projeto de lei que instituiu o Dia Nacional da Criança, em 1924.

Galdino do Valle Filho foi um político importante, de família muito rica e abastada, de barões de Duas Barras. Essa casa, preservada até hoje, é onde tinha seu gabinete e ele atendia seus pacientes. A casa é uma construção curiosa porque os cômodos são pequenos para uma família com tantas posses. E é interessante também que a própria família pediu tombamento da casa como patrimônio histórico da cidade.

Mais um palacete destacado pela historiadora na cidade é o Palacete da Vila Amélia, do português Antônio Alves Pinto Martins, com data de 1860. A construção é de propriedade da Afape e durante algum tempo funcionou a carceragem da cidade. Hoje, a construção está desocupada e, de acordo com Janaina, sofrendo depreciação, apesar de ter um tombamento municipal provisório. Mas a historiadora relembra os bons registros do lugar que enriquecem a história de Nova Friburgo.

Foi ali naquele local que Antônio Alves tinha horta e pomar e produziu mel, manteiga e queijo, embutidos e defumados. O bairro, que até hoje se chama Vila Amélia, tem esse nome porque ele tinha somente uma filha entre filhos homens, que se chamava Amélia. E ali onde ele comercializava seus produtos, é onde está hoje a feira da Vila Amélia.

Palacete da Vila Amélia foi construído em 1860 | Foto: Reprodução/Portal Multiplix

Dia Nacional do Patrimônio Histórico

O Dia Nacional do Patrimônio Histórico é comemorado desde 1998, e esta data tem como objetivo homenagear o historiador e jornalista Rodrigo Melo Franco de Andrade (que completaria 100 anos em 1998), o primeiro presidente do Iphan.

A Lei nº 378, de 1937, criada no governo de Getúlio Vargas, sancionou a criação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para proteger e preservar os bens culturais do país.

Além da presidência do Iphan, Rodrigo Melo Franco de Andrade criou a Revista do Patrimônio Artístico Nacional e integrou um grupo de intelectuais entre 1934 e 1945, vindo a se tornar o maior responsável pela consolidação jurídica do tema “Patrimônio Cultural no Brasil”.

Veja outras notícias da Região Serrana do Rio no Portal Multiplix.