Moda e sustentabilidade: marca de Nova Friburgo já reaproveitou mais de meia tonelada de retalhos
Zsolt tem produção de roupas na cidade serrana, e além das vendas online, tem loja em um dos bairros mais charmosos do Rio
É possível unir despojamento e elegância numa roupa? Para a marca Zsolt, que produz roupas há dez anos em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, e tem uma loja física num dos bairros mais charmosos do Rio de Janeiro, a resposta é sim.
Não só é possível, como eles vão além, e agregam valores de sustentabilidade em suas criações. Nenhum retalho é descartado: eles guardam e ressignificam cada pedaço de tecido.
Desde que a Zsolt foi fundada, pelos irmãos Bruno e Thatiana Schott, eles evitaram que mais meia tonelada de resíduos têxteis fossem para aterros sanitários, promovendo uma moda em sintonia com a agenda ambiental.
"Existe uma preocupação genuína da marca em ser gentil com o planeta, e durante essa pesquisa desenvolvemos o wabi-sabi que ressignifica o resíduo têxtil. Assim entramos num modelo circular e mais consciente," afirma Bruno Schott, diretor criativo da marca.
A iniciativa está em harmonia com o fio condutor da marca, o conceito oriental do ‘wabi-sabi’. Ao pé da letra, simplicidade e um certo tipo de quietude (podendo ser não só sonoro, mas também no minimalismo visual).
Os japoneses também traduzem o conceito como a beleza vista no que é imperfeito, impermanente e incompleto.
Esses pensamentos se materializam nas roupas, em uma estética com características irregulares, texturas e costuras aparentes, em tecidos naturais, de algodão e linho, em cores primárias, cruas ou neutras.
Essa identidade conta a história particular de cada peça, feita individualmente e de modo artesanal, que leva a assinatura da Zsolt.
A marca é adepta também do movimento ‘slow fashion’ (um ritmo mais lento na moda): todo o processo de criação é feito seguindo o tempo necessário de cada etapa, com a calma de quem medita.
Com uma loja em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, a Zsolt faz moda consciente, com modelagens atemporais, produção artesanal, estamparia manual, design limpo e com personalidade.
Roupas são feitas com reaproveitamento de retalhos | Foto: Divulgação/Zsolt
A marca dá uma outra função para o que poderia ser resíduo têxtil e transforma os retalhos em matéria-prima para a criação de roupas assimétricas e confortáveis, e de bom gosto. Os retalhos são costurados e ele produzem roupas com esses tecidos emendados.
Cada detalhe é planejado na produção da Zsolt. Thatiana Schott explica que a roupa, depois de pronta, passa por um longo processo de tingimento, na estamparia que eles desenvolveram ao longo dos anos e, que revela um design artístico nas peças.
“O tingimento artesanal dá forma a padronagens elaboradas que vão para além do tie dye, shibori, batik, carimbos, ecoprint. São diversas técnicas e formas utilizadas no desenvolvimento da nossa estamparia”, explica Thatiana.
Uma das técnicas de estamparia usada pela empresa é o tie-dye | Foto: Divulgação/Zsolt
Além da loja física no Rio, e da venda online das roupas, os dois irmãos levam a marca para algumas feiras que são convidados, pelo país. Bruno e Thatiana comemoram o sucesso e agora a marca também está produzindo uma linha para casa, com roupa de cama e para decoração.
A coleção tem uma paleta de cores neutras, em preto, branco e tons de cinza, azul e bege. A linha, composta por fronhas, almofadas, manta e capa de edredom, faz composições entre si. Os produtos são feitos com tecidos de algodão de alta qualidade.
"Era um projeto antigo poder vestir a casa com conforto. Casa para nós é como abrigo e a nossa ideia é proporcionar um acolhimento com os nossos produtos, tão agradável como um abraço”, finalizou Bruno Schott.
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