Valor de aluguéis em 2022 registra maior alta em 11 anos; corretora de Friburgo recomenda negociação
Média de 16,55% no aumento de novos contratos no país foi quase o triplo da inflação no ano

O valor dos aluguéis residenciais no país ficou mais caro aproximadamente 16,55% em 2022, de acordo com os dados do Índice da FipeZap+, divulgados nesta semana. De acordo com o instituto, essa é a maior alta desde 2011, quando o crescimento ficou em 17,30%.
O aumento do ano passado foi quase o triplo do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), se for considerada a inflação do país, que avançou 5,79% no ano. Levando em conta os dois índices, a alta real dos novos aluguéis (descontada a inflação) foi de 10,76%.
O índice FipeZAP+ é o primeiro indicador de preços com abrangência nacional de valores de imóveis residenciais e comerciais. Ele é calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômica (Fipe), com base em informações de anúncios de imóveis nas capitais do país desde 2011, para venda e locação.
Como negociar o aluguel?
A corretora de imóveis de Nova Friburgo, Simone Serra Vieira, afirma que o reajuste dos aluguéis na cidade segue o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), utilizado também para as tarifas de energia e de telefonia. Ela explica:
“Geralmente usamos o IGP-M, mas durante a pandemia optamos pelo IPCA, que estava menor”, ponderou a corretora, dizendo que o acordo entre locatário e locador, considerando alguns fatores importantes para as duas partes, é a melhor solução na hora de ajustar o valor do aluguel.
O índice FipeZAP+ não mostra qual o cenário dos aluguéis em cidades do interior, mas no Rio de Janeiro, o reajuste foi maior do que a média nacional: 17,93%.
São Paulo teve um reajuste abaixo do Rio, com 14,63%.
Reajuste anual deve ser feito caso a caso, diz corretora em Friburgo | Foto: Reprodução/Portal Multiplix
A corretora avalia que cada cidade tem variantes diferentes que determinam o valor do aluguel, que vão desde o perfil da cidade e dos inquilinos até o famoso cenário de oferta e demanda.
Cada situação é determinante para definir o contrato e os reajustes anuais. Eu costumo dizer que cada caso é um caso. Na hora de aumentar é melhor observar a situação como um todo e decidir o que for melhor para as duas partes.
Ela ressalta que é necessário avaliar se o locatário é um bom inquilino, e olhar sempre para as qualidades do contrato.
Tudo é uma composição e uma questão de equilíbrio. O reajuste está previsto na lei, como forma de recompor a inflação, mas não precisamos avançar de forma 'leonina' no processo.
IGP-M
O IGP-M é calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE).
Em 12 meses (janeiro a dezembro de 2022), esse índice acumulou uma alta de 5,45%, percentual praticado geralmente nos contratos em Nova Friburgo.
Em dezembro de 2021, o índice acumulava alta de 17,78% em 12 meses (dados da última atualização do IGP-M, em dezembro de 2022).
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