Fricine vai levar produções de alunos friburguenses para o Teatro Municipal
Curtas metragens escritos e dirigidos por estudantes de escolas públicas e particulares de Nova Friburgo serão exibidos durante o encerramento do Festival de Cinema Socioambiental

Na quarta-feira, dia 13 de novembro, começa mais uma edição do Festival de Cinema Socioambiental em Nova Friburgo (Fricine), na Região Serrana do Rio. O evento conta com exibições de filmes, debates, palestras e atividades voltadas para a valorização e cuidado com o meio ambiente.
A partir de uma ideia do organizador, Pedro Cavalcanti, o Fricine em 2019 tem um diferencial: redações produzidas por alunos do município estão sendo transformadas em curtas-metragens, dirigidos pelos próprios estudantes. As obras serão exibidas durante o festival.
Um dos colaboradores do Fricine é o professor Manoel Espedito, que participa do evento há mais de três anos. Ao lado do editor e roteirista, Alan Andrade, foram os responsáveis pela ação que envolve os alunos friburguenses.
“O festival insiste em resistir e trazer uma mensagem de esperança de que, sim, é possível superar obstáculos e colocar em alta os graves problemas socioambientais que o país enfrenta nos dias de hoje e, com esse debate, buscar soluções para esse conturbado mundo em crise”, explica Espedito.
A atividade foi proposta para escolas municipais, estaduais e particulares do município e foram selecionadas seis redações escritas por alunos do ensino fundamental e médio, dos seguintes estabelecimentos: Colégio Nossa Senhora das Dores, Educandário Miosótis, Colégio Estadual Dr. João Bazet, Centro de Educação de Jovens e Adultos, Colégio Estadual Augusto Spinelli e CEFFA Flores.
O tema selecionado para as produções dos curtas foi Eu e a Terra em que habito, e os estudantes participaram de oficinas de roteirização e direção cinematográfica para que pudessem transformar as redações em roteiros e, enfim, transformar o texto em vídeo.
Nicolly Vieira, aluna do Colégio João Bazet, está entre os estudantes que tiveram a redação selecionada para virar curta-metragem. Ela escolheu falar sobre orientação sexual e aceitação.
“Meu filme fala sobre como é nascer mulher e lésbica em um mundo heteronormativo, com algumas das batalhas que nós, mulheres, enfrentamos na nossa infância até agora. Como quero fazer cinema, eu estou adorando fazer parte desse projeto. É uma experiência única e que estou aproveitando cada pedaço dela”, conta.
Outro participante, dessa vez do Centro de Educação de Jovens e Adultos, é Davi Maciel, que fez a redação contando a história de um mundo apocalíptico, já destruído pela falta de recursos.
“É muito bom entrar em contato, gravar o filme, conhecer profissionais na área de cinema, acostumados a trabalhar com isso no dia a dia. Está sendo uma experiência incrível, apesar da dificuldade enfrentada pelo festival pela falta de verbas e patrocínios. Felizmente vai acontecer e estaremos lá para ver o meu filme e o de tantas outras pessoas talentosas que participaram junto comigo”, diz.
Os curtas-metragens dos alunos friburguenses serão exibidos no encerramento do Fricine, no domingo, dia 17 de novembro, a partir das 19h, no Teatro Municipal Laércio Rangel Ventura, que fica na praça do Suspiro, no Centro.