Aquecimento global: 2024 entra para a história como o ano mais quente já registrado
Para especialista, 2025 deve seguir tendência de calor intenso, mas não deve superar o patamar alcançado do ano passado
O ano de 2024 foi o mais quente registrado no planeta. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a temperatura média global da superfície ficou 1,55 °C acima da média do período pré-industrial e ultrapassou, pela primeira vez, o limite de 1,5 °C estabelecido no Acordo de Paris.
No cenário brasileiro esse dado também foi confirmado. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontou 2024 como o ano mais quente da série histórica, iniciada em 1961, com uma temperatura média anual de 25,02 °C, superando o recorde anterior de 2023, que foi de 24,92°.
Em relação à média histórica de 1991/2020, que é de 24,23°C, o ano passado ficou com 0,79°C acima e, em 2023, o número ultrapassou 0,69ºC.
Gráfico do Inmet apresenta anos mais quentes da história do Brasil entre 1961 e 2024 | Foto: Reprodução/Inmet
O meteorologista Mozar de Araujo Salvador, do Inmet, afirma que "há décadas tem sido observada uma elevação quase constante na média das temperaturas em todo o planeta por consequência do aquecimento global".
Outros fatores, no entanto, contribuíram para a elevação das temperaturas no ano passado. Entre os motivos, o especialista destaca a influência do El Niño, fenômeno natural que ocorre no Oceano Pacífico Equatorial e tem como um de seus efeitos o aumento da temperatura média do globo durante sua permanência, e as manchas solares.
Essas manchas são observadas na superfície do Sol e seguem ciclos de aproximadamente 11 anos, intercalando períodos de máximos e mínimos na quantidade de manchas, e indicam uma maior ou menor atividade solar. Justamente no segundo semestre de 2024, o atual ciclo atingiu o seu máximo
, explica Mozar.
Previsão para 2025
Apesar da tendência de anos cada vez mais quentes, mesmo que o padrão das temperaturas siga acima da média histórica em 2025, o meteorologista aponta que "é pouco provável que ultrapasse o patamar de 2024, por causa do fenômeno La Niña, o resfriamento anômalo e persistente das águas na superfície do Pacífico Equatorial, que já está em curso e pode persistir até maio".
Sobre possíveis acidentes climáticos, como o que ocorreu no Rio Grande do Sul entre abril e maio do ano passado, o especialista afirma que não há como prever catástrofes em 2025.
Segundo Mozar, essas ocorrências dependem de diversos fatores meteorológicos e as chuvas intensas, típicas do verão, "já estão causando danos em várias cidades no Brasil e podem ocorrer outros durante a estação".
Para o longo prazo, o meteorologista enfatiza que há previsões de chuvas mais frequentes em grande parte da Região Norte durante os primeiros meses do ano e chuvas irregulares em parte do Nordeste, principalmente no semiárido.
Na Região Sul, a tendência é de chuvas com frequência e distribuição espacial mais irregulares.
O meteorologista da Climatempo, Guilherme Borges, reforça: a expectativa é que o verão de 2025 traga precipitações mais volumosas e frequentes em relação ao mesmo período do ano passado, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
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