Dia da Terra: para escutar as mensagens de alerta que o planeta está enviando
Data reforça a importância de agir imediatamente pela preservação do ecossistema; 2021 é considerado um ano crucial no combate às mudanças climáticas
O Dia Internacional da Mãe Terra, ou o tradicional Dia da Terra, foi criado em 22 de abril de 1970 pelo então senador dos Estados Unidos, Gaylord Nelson. O evento reuniu milhares de pessoas com o objetivo de chamar a atenção, tanto das autoridades quanto da população, para os problemas ambientais. A data foi instituída mundialmente pela ONU em 2009.
Eventos importantes aconteceram pós-criação do Dia da Terra, como a assinatura do Acordo de Paris, em 2016, que visa combater o aquecimento global por meio de transformação social e econômica. A meta é impedir que a temperatura média mundial suba 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.
Na edição deste ano, o tema é “Restaure Nossa Terra”. Nesta quinta, 22, e sexta-feira, 23, acontece a Cúpula de Líderes sobre o Clima. O encontro, promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reúne 40 líderes mundiais, incluindo o Brasil, para estabelecer metas mais rígidas no combate às mudanças climáticas.
Tarefa que o Brasil não vem desempenhando muito bem.
O desmatamento na Amazônia, por exemplo, bateu recorde em março deste ano e é o maior em seis anos, segundo o Deter, sistema de monitoramento de desmate do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O país contabilizou o maior número de focos de incêndio em 2020, desde a última década, também de acordo com o monitoramento do Inpe.
E também não é só aqui.
O ano passado foi um dos três anos mais quentes já registrados, lembrou a Organização Meteorológica Mundial (OMM). O planeta, diariamente, vem mandando mensagens e elas simplesmente não podem ser mais ignoradas.
“Oceanos se enchendo de plástico e ficando mais ácidos. Calor extremo, incêndios florestais e inundações, bem como uma temporada recorde de furacões no Atlântico, afetaram milhões de pessoas. Agora enfrentamos a Covid-19, uma pandemia mundial de saúde, associada à saúde de nosso ecossistema”, diz o comunicado da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo Meio Ambiente.
A pandemia também é resultante da destruição ambiental que o homem tem causado ao planeta. E neste período, muitos acreditaram que seria o momento de rever nossos hábitos e relações com a Terra. Com o lockdown em alguns países, a quarentena em outros, os índices de poluição caíram expressivamente e até peixes voltaram a nadar em Veneza, na Itália, por exemplo.
Hábitos, definitivamente, foram modificados, mas, novamente, nem todos foram para o melhor. As máscaras de proteção descartáveis se tornaram uma ameaça à vida marinha devido ao descarte incorreto. O uso excessivo de plástico e energia sobrecarregam o nosso sistema. E definitivamente não é desse cuidado que o planeta precisa.
“Os ecossistemas sustentam toda a vida na Terra. Quanto mais saudáveis forem nossos ecossistemas, mais saudável será o planeta - e seu povo. Restaurar nossos ecossistemas danificados ajudará a acabar com a pobreza, combater as mudanças climáticas e prevenir a extinção em massa”, reforça a nota da ONU pelo Meio Ambiente.
A frase é clichê, mas carrega uma (grande) verdade: não existe planeta B. Então, o que fazer? A única opção aqui, entre todas as notícias e dados alarmantes, é agir em prol do futuro. Do seu futuro. Exigir ação das autoridades e também dar o exemplo no dia a dia.
A responsabilidade é de todos. O relógio está correndo, mas ainda dá tempo.
“Os gases de efeito de estufa, assim como os vírus, não respeitam fronteiras nacionais. Nós estamos nesta luta juntos, com a mãe Terra”, finaliza a ONU.
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