Entenda o fenômeno que fez o mar de Arraial do Cabo ficar com águas fluorescentes nos últimos dias
Bióloga explica o que é a bioluminescência, reação química que encantou banhistas no caribe brasileiro
O mar de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio, encanta por suas águas cristalinas, mas, nos últimos dias, chamou a atenção de moradores e turistas pela coloração fluorescente, principalmente no período noturno, que apareceu nas praias Grande e dos Anjos.
O motivo é a ocorrência de um fenômeno bastante comum em áreas marinhas ao redor do mundo, porém pouco visto na Região dos Lagos, a bioluminescência. Segundo a bióloga Luísa Rieth, o evento nada mais é do que a capacidade de alguns seres vivos de produzirem luz através de reações químicas.
Ao Portal Multiplix, a especialista explicou que o movimento na água, causado pelas ondas ou pela ação de banhistas e barcos, faz com que esses organismos emitam um brilho azul, visível à noite, criando um verdadeiro espetáculo:
Acho que o exemplo mais conhecido pelas pessoas de bioluminescência é o do vagalume, mas existem vários outros seres vivos com essa capacidade. Um deles são os dinoflagelados, que são algas unicelulares microscópicas que fazem parte do fitoplâncton marinho.
Embarcação movimenta água em tonalidade azul durante fenômeno em Arraial | Foto: Marcelo Gah
Ainda de acordo com a bióloga, essas algas microscópicas estão presentes em diversas partes dos oceanos e podem ser levadas pelas correntes marítimas para locais onde ainda não eram registradas. No caso das espécies encontradas no Brasil, elas não oferecem risco às pessoas:
Pelo que eu pesquisei, essa foi a primeira vez que uma quantidade tão expressiva foi registrada em Arraial. Na China já foram registradas espécies bioluminescentes que são tóxicas e podem causar o fenômeno chamado maré vermelha, mas essa variedade não tem registro na costa brasileira.
Moradores e turistas aproveitaram esse fenômeno no último fim de semana, na praia dos Anjos. Alguns mergulharam nas águas e nadaram em meio às cores fluorescentes que se misturaram ao seus corpos. A jovem Sophia Assante, moradora da cidade, falou sobre a experiência:
Eu passei o dia inteiro empolgada com o fenômeno, eu não via a hora de mergulhar e fazer parte de um momento tão especial como esse. Era incrível mergulhar e abrir os olhos e ver tudo brilhando azul. Foi a melhor noite da minha vida. Eu definitivamente amei.
Sophia contou que, no dia seguinte ao domingo, 8, quando foi feito o mergulho, voltou para ver o fenômeno mais uma vez, mas o evento não se repetiu. A jovem ressaltou que espera que esse fenômeno tão diferente possa acontecer mais vezes no mar da cidade.
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