Estado do Rio de Janeiro registra redução do desmatamento da Mata Atlântica

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão ligado à Secretaria de Estado de Ambiente e Sustentabilidade, realizou um estudo inédito sobre a evolução e tendências da cobertura vegetal e uso do solo no estado nos últimos 13 anos. A pesquisa mostrou que o volume da floresta nativa no estado manteve-se relativamente estável entre 2007 e 2018, com a ocupação de 30% da área total do território fluminense ou 1,3 milhão de hectares.

A redução do desmatamento no estado do Rio, de acordo com o estudo, pode estar associada, principalmente, ao efeito de ações de fiscalização e conscientização da preservação das áreas remanescentes de floresta ao longo desses anos.

Ainda segundo a pesquisa do Inea, as ações são atividades que coíbem o desmatamento, somadas às ações como a criação, ampliação e gestão de áreas legalmente protegidas, que têm trazido resultados positivos para a proteção do bioma no estado.

“Este estudo comprova a eficiência e eficácia das políticas públicas ambientais fluminenses e nos orienta pelo caminho certo para a conservação e recuperação da biodiversidade e as atividades de fiscalização e de licenciamento ambiental”, afirmou o secretário de estado Altineu Côrtes.

O monitoramento mostra imagens de satélite de média resolução e faz um comparativo entre os anos de 2007, 2013, 2015 e 2018 e indicam o estado de regeneração ou perda de vegetação nativa, além de outros usos do território como ocupação urbana, industrial e agropecuária.

“O monitoramento contínuo do uso do solo e cobertura da terra é um instrumento essencial para as políticas ambientais. Seus resultados permitem compreender os processos de regeneração ou de perda de florestas e a dinâmica das pressões relacionadas a atividades antrópicas”, destacou o presidente do Inea, Carlos Henrique Vaz.

De acordo com o estado, outros estudos que foram desenvolvidos por instituições e organizações não governamentais da área ambiental também mostram as mesmas tendências que foram apresentadas pelo Inea e comprovam a baixa variação da área de cobertura vegetal do estado ao longo da última década.

No estudo também são considerados diferentes estágios de vegetação, com primária e secundária em estágio inicial e médio avançado de regeneração, e que englobam as variedades de fitofisionomias do bioma Mata Atlântica que são as florestas ombrófilas e estacionais semi-deciduais, manguezais, apicuns, restingas e comunidades relíquia.

Políticas ambientais

O estado do Rio vem aplicando políticas ambientas nas áreas protegidas. São cerca de 53,8% da vegetação nativa sob regime de proteção ambiental. Além disso, são 519 Unidades de Conservação federais, estaduais, municipais ou privadas no estado com regime de proteção ambiental para cerca de 709 mil hectares de vegetação nativa.

Há ainda uma porção de 46,2% da Mata Atlântica localizada fora das áreas protegidas, em imóveis rurais privados, onde o mecanismo de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) tem se mostrado uma estratégia relevante com a políticas de conservação aliadas ao desenvolvimento rural sustentável.

São nove projetos de PSA no estado do Rio, beneficiando 18 municípios e mobilizando investimentos de mais de R$ 40 milhões. Já foram garantidos a conservação de 6.578 hectares da Mata Atlântica e a restauração ecológica de outros 907 hectares de remanescentes florestais em áreas estratégicas para a proteção dos recursos hídricos e da biodiversidade, com o envolvimento de 318 proprietários rurais.

O mapeamento, realizado pela plataforma Google Earth Engine, com as imagens de satélite, pode ser completo com os dados estão disponíveis para visualização e download no Portal Geolnea.