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Lobo-marinho e pinguins reabilitados por Instituto BW são devolvidos ao mar em Arraial do Cabo

Segundo biólogo do GEMM-Lagos, essa é a primeira vez que uma espécie de lobo-marinho é resgatada no estado do Rio

Por Rômullo Espíndola
Com informações do IBW
18/10/24 - 15:22

Um lobo-marinho-antártico foi devolvido ao mar de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio, após ser resgatado e reabilitado pelas equipes do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (GEMM-Lagos) e do Instituto BW (IBW) nesta semana.

O animal, da espécie Arctocephalus gazella, foi reintegrado à natureza diretamente em uma corrente oceânica quente do Atlântico Sul, que se move paralelamente à costa brasileira, em direção às colônias reprodutivas da espécie, como explicado pelo IBW.

Segundo o pesquisador e coordenador do GEMM-Lagos, Dr. Salvatore Siciliano, este é o primeiro registro de resgate desse animal no estado do Rio de Janeiro:

São animais que vivem em grandes colônias nas ilhas ao sul da convergência antártica, como Crozet e Kerguelen, onde se alimentam basicamente de krill, peixes e lulas. Alguns indivíduos podem acidentalmente se deslocar mais ao norte, passando para águas mais temperadas e eventualmente chegando no sul do Brasil.

Ainda de acordo com o especialista, os registros mais ao norte de Santa Catarina são raros e, como esse no litoral fluminense, evidenciam os efeitos das correntes marinhas em épocas de transição do fenômeno El Niño para o La Niña.

Lobo-Marinho-Antártico da espécie Arctocephalus gazella  é raro nessa região do paísLobo-Marinho-Antártico da espécie Arctocephalus gazella é raro nessa região do país | Foto: Divulgação/Instituto BW

De acordo com a coordenadora de veterinária do Instituto BW, Drª Paula Baldassin, a reabilitação do animal foi desafiadora. Além de ser uma ocorrência inédita de encalhe na região, o lobo-marinho chegou extremamente magro e debilitado:

Apesar das dificuldades, foi uma paciente incrível, que nos ensinou muito e mostrou sinais de melhora a cada dia, tornando o processo de reabilitação muito gratificante, tendo como ápice o momento da soltura na natureza. Esperamos, no futuro, receber notícias dela descansando em alguma praia no sul da América do Sul ou até mesmo em sua colônia.

Para a soltura foram firmadas parcerias locais com o cinegrafista e instrutor de mergulho Carlos Eduardo de Oliveira, do Capital do Mergulho, e com o Maycon Victorino do Arraial Ecoturismo.

Na avaliação de Maycon "mais uma vez o diálogo entre o conhecimento técnico científico e o conhecimento empírico fez com que nós conseguíssemos as condições adequadas para esses animais retornarem para casa".

O Instituto BW também celebrou o apoio fundamental do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que orientou o exato local da soltura do animal.

Mais pinguins de volta ao mar

Também nesta semana, mais pinguins-de-magalhães foram devolvidos à natureza pelo instituto. Essa é a segunda soltura da temporada 2024 promovida pelos profissionais. A primeira ocorreu em setembro, quando 19 deles foram liberados a 84 km da costa da cidade do Rio de Janeiro.

Para que os pesquisadores possam acompanhar o comportamento migratório em tempo real, quatro animais serão monitorados por meio de um transmissor via satélite, acoplado em seus corpos. Segundo especialistas, o aparelho não causa nenhum dano aos pinguins.

Animais serão monitorados por dispositivo, um transmissor via satélite, acoplado em seus corposAnimais serão monitorados por dispositivo, um transmissor via satélite, acoplado em seus corpos | Foto: Divulgação/Instituto BW

De acordo com informações do IBW, os pinguins são aves oceânicas da ordem Sphenisciformes, caracterizadas pela incapacidade de voar, pois suas asas foram transformadas em nadadeiras, e seus ossos não são pneumáticos (ocos).

Essas aves são altamente adaptadas à vida aquática, utilizando suas asas como meio de propulsão, o que lhes permite atingir velocidades de até dez metros por segundo debaixo d'água, onde podem permanecer submersas por vários minutos.

As fêmeas dos pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) colocam dois ovos entre outubro e novembro. A maioria deles eclode entre meados de novembro e início de dezembro.

Sobre o IBW

O IBW atua na Região dos Lagos e no Norte Fluminense desde 2020 e, atualmente, executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Campos e do Espírito Santo.

No instituto, animais marinhos e silvestres são recebidos com o apoio de guardas ambientais e prefeituras, com foco em estudos e, principalmente, na reabilitação de diversas espécies.

O IBW alerta que ao encontrar pinguins, outras aves marinhas, tartarugas-marinhas ou mamíferos marinhos na faixa de areia, mortos ou debilitados, a recomendação é não devolvê-los ao mar, mas acionar imediatamente o número 0800 991 4800 para resgate.

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