Você sabe como funcionam os para-raios?
Saiba os cuidados a serem tomados quando as chuvas vêm acompanhadas de raios

A previsão do tempo na Região Serrana tem sido de calor pela manhã com pancadas de chuva à tarde e à noite. E, junto às tempestades, os raios têm sido frequentes. De acordo com estudo desenvolvido pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), neste verão, a incidência de raios em todo o país será marcada pelos efeitos do fenômeno climático El Niño. As previsões indicam que o fenômeno vai provocar um aumento na incidência de raios no Sudeste do país em torno de 20% a 30%.
O raio é uma descarga elétrica visível que ocorre, principalmente, em dias de tempestade em decorrência de nuvem negra, normalmente do tipo cúmulo-nimbo, repleta de gotículas de água congelada, que se mexem por causa dos ventos. A cada colisão entre as nuvens, os átomos de água perdem ou ganham elétrons, criando duas forças elétricas: uma positiva e outra negativa. Uma carga elétrica deixa a nuvem e se dirige ao solo. Quando a eletricidade chega ao chão, este lança uma descarga que se encontra com a da nuvem. É nesse instante que ocorre o clarão do raio.
Como funcionam os para-raios
Os para-raios são hastes metálicas conectados à terra por meio de cabos condutores, que são colocados principalmente em edifícios, criando um caminho para a passagem da descarga elétrica, ou seja, para a passagem do raio. Por ser de metal, atrai os raios e costumam estar instalados em locais altos, atraentes para as descargas elétricas.
Em relação à manutenção, o eletrotécnico Vitor Bonvini Branco, que trabalha na manutenção desses dispositivos, diz que os equipamentos precisam de manutenção anualmente, conforme as normas da ABNT 5419. “
“Aqui em Nova Friburgo as pessoas colocam os para-raios em condomínios, prédios e não têm esse conhecimento de que é preciso fazer manutenção todo ano. Quem instala não passa essa informação, mas quem deveria cobrar essa norma é o Corpo de Bombeiros. Quando vão ao local deveriam pedir laudo o técnico, fazer uma averiguação do sistema. Vejo em prédios antigos desativados. O problema é que, sem manutenção, em vez de captar o raio e descarregar de forma correta, ele vira um campo onde recebe o raio e distribui para todas aquelas residências, tudo o que está em sua volta, em um campo de 45º C”, diz.
De acordo com o Coronel do Corpo de Bombeiros de Nova Friburgo, Alexandre Pitaluga, os sistemas de proteção contra descargas atmosféricas são equipamentos regulados por normas brasileiras e são instalados conforme características da edificação.
“Esses sistemas são de responsabilidade do proprietário do imóvel ou do condomínio onde estão localizados. A manutenção desse equipamento deve ser feita por profissional ou empresa registrada em conselho específico e com a devida expedição de certificado de vistoria”, diz.
Quanto aos cuidados a serem tomados em casos de raios, Pitaluga adverte: “afaste-se das árvores e terrenos abertos; não permaneça em piscinas, rios e lagos; evite ficar em morros e terrenos elevados; se estiver dirigindo, permaneça no carro; não permaneça perto de redes elétricas e afaste-se de cercas de arame, varais metálicos e trilhos”.