Casos de febre oropouche avançam no RJ e superam total de 2024 em apenas dois meses
Estado já soma 461 registros contra 138 no ano passado e Cachoeiras de Macacu lidera como epicentro da doença com 122 casos
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A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) informou que, somente nos dois primeiros meses deste ano, o estado já registrou 461 casos de febre oropouche, contra 138 em 2024. Os dados foram coletados pelo painel Monitora RJ, da SES-RJ, nesta quinta-feira, 20.
A alta dos números é confirmada pelo relatório do Ministério da Saúde (MS) em que constata um crescimento de 74% no número de ocorrências no país, logo na primeira semana do ano, em relação ao mesmo período de 2024. Os estados mais afetados são Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
No Rio de Janeiro, no ano passado, a maior incidência foi registrada em Piraí, com 69 notificações, e Duque de Caxias, com 10 casos.
Atualmente, o município de Cachoeiras de Macacu ocupa o topo do ranking com o maior número de casos confirmados da doença, com 122.
De acordo com a SES, a cidade possui 31 localidades com registros positivos e as áreas mais afetadas são Japuíba com 12, seguida por Faraó e Castalha, com 5 cada, e Campo do Prado, com 4.
Segundo a secretaria, o pico de positividade da doença foi apontado na semana epidemiológica 6 (entre os dias 2 e 8 de fevereiro), com 181 casos em todo o estado.
Os seis municípios com mais registros da doença são:
- 1º Cachoeiras de Macacu - 122
- 2º Itaboraí - 62
- 3º Rio de Janeiro - 58
- 4º Guapimirim - 55
- 5º Duque de Caxias - 20
- 6º Casimiro de Abreu - 20
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Cachoeiras de Macacu para saber, sob a perspectiva do governo municipal, quais são os fatores que contribuem para que o município tenha tantos casos da doença.
Além disso, foi questionado quais são as estratégias adotadas para combater o vetor e se o sistema de saúde da cidade está preparado para lidar com um possível aumento no número de casos, mas não houve retorno.
Ações de combate ao vetor
Diante do elevado número de registros, o subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde da SES, Mário Sérgio Ribeiro, visitou o município na última semana e afirmou:
A secretaria veio dar suporte e trabalhar em conjunto com o município na prevenção e no tratamento de oropouche, como também de outras arboviroses, como dengue e chikungunya.
Do mesmo modo, a Secretaria de Estado de Saúde informa que acompanha os casos da doença notificados e confirmados pelas cidades.
Além disso, orienta a população para adotar medidas de prevenção que consistem, basicamente, em evitar o contato com as áreas de ocorrência e minimizar a exposição às picadas dos vetores.
Ainda segundo a pasta, a instrução é que a pessoa use roupas compridas, sapatos fechados e repelentes nas partes do corpo expostas.
Também é importante que se mantenha a limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, faça recolhimento de folhas e frutos que caem no solo e usem telas de malha fina em portas e janelas.
O Portal Multiplix conferiu os dados de algumas cidades da área de cobertura que têm registros de casos. Veja como está o cenário:
Região Serrana:
Cantagalo – 8
Nova Friburgo – 6
Região dos Lagos:
Cabo Frio - 1
Búzios – 1
Sintomas e tratamento
De acordo com o Ministério da Saúde, a febre oropouche é uma zoonose causada por um arbovírus e transmitida predominantemente pela picada do mosquito moruim, também conhecido como mosquito pólvora (Culicoides paraenses), presente em áreas de acúmulo de matéria orgânica e beira de mangues e rios.
Os sintomas são bem parecidos com os da dengue e da chikungunya. O quadro clínico agudo pode evoluir com febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular e dor articular.
Outros sinais, como tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados.
Os casos mais graves podem incluir o acometimento do sistema nervoso central, por exemplo de meningoencefalite, especialmente em pacientes imunocomprometidos. Ainda há relatos de manifestações hemorrágicas.
Ainda segundo o MS, parte dos pacientes (estudos relatam até 60%) pode apresentar recidiva (ressurgimento da doença), com manifestação dos mesmos sinais ou apenas febre, cefaleia e mialgia após uma a duas semanas a partir das manifestações iniciais.
Já a orientação para o tratamento é similar aos casos de dengue, que a população, ao observar os sintomas, procure por uma unidade de saúde.
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