Apesar da falta de procura, prefeitura de Friburgo afirma que abrigo a moradores em situação de rua atende necessidades
Reabertura do ponto de apoio foi feita nessa terça após decisão judicial; mais de 30 pessoas vivem atualmente nas ruas da cidade
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Logo no primeiro dia das atividades no abrigo provisório a moradores em situação de rua de Nova Friburgo, na Região Serrana, nenhuma pessoa nesta condição apareceu no local nessa terça-feira, 30, apesar de ter sido a data em que a cidade registrou a menor temperatura do ano.
A prefeitura informou que equipes da Secretaria de Assistência Social realizaram abordagens a essas pessoas nas ruas da cidade e ofereceram transporte para que elas pudessem chegar ao abrigo, que é distante do Centro e de outras localidades, onde geralmente ficam.
No local, havia sopa, colchões, cobertores e chuveiro com água quente disponível para aqueles moradores que optassem em ficar no abrigo, ainda segundo o município.
Regras mínimas de convívio foram estabelecidas para os usuários interessados em ficar no abrigo, como a não utilização de álcool e drogas, por exemplo, a fim de garantir todas as condições mínimas de estadia e segurança aos envolvidos na operação.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou que embora não tenha tido adesão dos usuários no primeiro dia de retorno das atividades, permanecerá cumprindo a decisão judicial, com a oferta do abrigo noturno com início às 18h30 e fechamento às 20h30, servindo jantar, local para higiene e café da manhã.
O horário que os usuários devem chegar ao local é das 18h30 às 20h30 | Foto: Reprodução/Portal Multiplix
A reabertura do abrigo faz parte do cumprimento de uma decisão judicial, após a prefeitura informar, como mostrado em reportagem do Portal Multiplix que o ponto de apoio a moradores de rua havia sido fechado por conta de alguns fatores, como furtos que ocorreram dentro do imóvel e falta de corpo técnico para acompanhamento dos usuários.
Na última sexta, dia 26, a Defensoria Pública recorreu à 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça para reverter a situação.
A Defensoria solicitou à Justiça que a prefeitura fosse obrigada a “providenciar abrigamento imediato à população em situação de rua, em ambiente limpo, com separação por gênero, armários de uso pessoal, alimentação adequada, banho quente, e, se em local distante do centro, transporte de ida e volta”.
Em um documento do dia 7 de julho, a defensora Maísa Sampaio, do 7º Núcleo Regional de Tutela Coletiva, já havia recomendado ao município que não desativasse o ponto de apoio à população em situação de rua em Duas Pedras, hoje entregue à Associação de Motociclistas local, “até que haja abrigo estruturado em região central da cidade”.
De acordo com a Defensoria Pública, o município não observou a recomendação e, além disso, no dia 29 de julho, fechou também o único ponto remanescente, localizado no distrito de Mury. Por essa razão, cobrou na Justiça medidas urgentes.
Segundo o Centro de Referência de Assistência Social (Creas), é estimado que 33 pessoas vivam em situação de rua na cidade.
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