'Operação Cegonha': MPRJ e Polícia Civil investigam suspeita de venda de bebê em Cabo Frio

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil deflagraram nesta terça-feira, 8, a ‘Operação Cegonha’, com o objetivo de cumprir mandado de busca a um bebê de três meses de idade.

Os agentes apuram a suspeita de crimes relacionados à entrega de um recém-nascido em troca de recompensa em Cabo Frio.

De acordo com o MPRJ, a ação ocorreu em Casimiro de Abreu, que fica a 74 km do município cabo-friense.

O Conselho Tutelar começou a investigar o caso a partir de um possível delito envolvendo o falecimento de um recém-nascido. As investigações apontam que a mãe biológica e a adotiva são moradoras de Casimiro, porém a criança teria nascido em um hospital de Cabo Frio.

“A genitora estava grávida de gêmeos, no decorrer da gestação perdeu um dos filhos e, ao que parecia, depois havia perdido o segundo. Durante o acompanhamento do caso, ela apresentou uma certidão de óbito do bebê que teria falecido logo após o parto, mas a equipe técnica desconfiou da veracidade do documento”, disse o MPRJ.

Após diligências que foram realizadas nos cartórios, foi confirmado que não houve registro de óbito com a numeração constante na certidão apresentada pela mulher. Os policiais encontraram fortes indícios de que ela teve a filha utilizando a identidade de uma outra pessoa, que segundo o MPRJ, veio a ficar com a criança posteriormente.

A polícia afirma que uma das evidências é que no documento apresentado por essa pessoa no hospital onde foi realizado o parto, consta a foto da mãe. A mulher suspeita de negociar a criança, por sua vez, teria acompanhado o procedimento utilizando também um documento de outra pessoa.

Segundo a Promotoria de Justiça de Casimiro de Abreu, diversos mandados de busca e apreensão foram realizados nos endereços ligados aos investigados por meio de policiais da 121ª DP.

Além disso, outras pessoas estão sendo monitoradas por possível envolvimento na entrega de crianças mediante recompensa. As acusações incluem falsificação de documento público, falsificação material (identidade) e falsificação ideológica.

“Os documentos que instruem a presente peça são hábeis a evidenciar situação de extrema gravidade praticada, em tese, pelos representados vez que está patente ao menos falsificação de documento de identidade da suposta genitora e certidão de nascimento da infante", destacou a decisão do Juízo da Vara de Casimiro de Abreu.

O bebê foi encaminhado para uma unidade de acolhimento. As investigações seguem para saber se existe um esquema de venda de bebês em Cabo Frio ou se foi apenas um caso isolado, ainda segundo o MP.

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