Espécie rara de flor que desabrocha durante o outono é encontrada no Parque Estadual dos Três Picos

A Região Serrana do Rio de Janeiro, cercada pela Mata Atlântica, encanta quem se aventura por suas trilhas e montanhas.

Entre as diversas espécies de plantas que compõem esse cenário, uma em especial chama a atenção pela beleza e pelo local onde costuma aparecer.

Durante o outono, um exemplar que floresce e encanta pela intensidade de suas cores é a Prepusa connata, que desabrocha no auge da estação, entre os meses de abril e maio.

Espécie vem sendo monitorada desde 2020 pelos guarda-parques do Inea | Foto: Felipe Tubarão

De coloração lilás e branca, essa flor é encontrada entre 1.500m e 1.800m de altitude e lembra um vaso de plantas.

No Rio de Janeiro, ela ocorre exclusivamente nas montanhas do Monumento Natural Estadual da Serra da Maria Comprida e no Parque Estadual dos Três Picos, unidades de conservação administradas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

Segundo o biólogo Felipe Tubarão, a planta foi descrita por George Gardner em 1839, um renomado botânico britânico e grande contribuinte para o conhecimento da flora fluminense:

Ela é classificada como uma espécie naturalmente rara, onde ocorre em pequenas populações, em curtos trechos dos cumes das montanhas.

Atualmente é categorizada como criticamente em perigo de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora).

Segundo as análises, as subpopulações de Prepusa connata têm sido reduzidas nos últimos anos | Foto: Felipe Tubarão

Felipe explicou que algumas ameaças naturais e humanas podem afetar a floração da espécie:

Suas principais ameaças são os incêndios, o turismo desordenado associado às práticas de montanhismo, a competição com espécies exóticas invasoras e, principalmente, pelas alterações na qualidade do seu habitat causadas pelas mudanças climáticas.

Desde 2020, as subpopulações de Prepusa connata são pontos focais nos monitoramentos do guarda-parques e biólogo Felipe, e mais recentemente também pelo guarda-parques e biólogo Paulo Estrella, ambos funcionários da Reserva Biológica Estadual de Araras, unidade de conservação com sua Zona de Amortecimento sobreposta à Zona de Proteção Integral do Monumento Natural Estadual da Serra da Maria Comprida.

Segundo as análises e a compilação de informações dos guarda-parques, essas subpopulações têm sido reduzidas nos últimos anos.

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