Cabo Frio e Búzios já registram casos da variante delta; veja os dados
Variante está presente em 67 municípios das nove regiões do estado do Rio
A variante delta (B.1 617.2), surgida na Índia, avança no estado do Rio de Janeiro. Na Região dos Lagos, as prefeituras de Cabo Frio e Búzios confirmaram registros de casos da variante em suas áreas.
Cabo Frio
Segundo um comunicado da Prefeitura de Cabo Frio, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) identificou, até o momento, quatro casos da variante delta (B.1.617.2) do coronavírus no município. Esta variante da Covid-19 possui mutações que tornam o vírus mais transmissível.
Além destes, também foram identificados 21 casos da variante gamma (P.1) e um caso da variante alfa (B.1.1.7) em moradores de Cabo Frio. Os estudos de sequenciamento são exames realizados por amostragem.
A Secretaria Municipal de Saúde de Cabo Frio informou que conta com a Superintendência de Vigilância em Saúde para fazer a análise constante do cenário epidemiológico do município, baseado no levantamento dos últimos resultados dos testes de detecção da Covid-19, casos confirmados, internações e óbitos decorrentes da doença.
"Entender o desenvolvimento e os ciclos do vírus na cidade é fundamental para que sejam tomadas medidas para prevenir o avanço do coronavírus e garantir a saúde da população cabo-friense", diz o comunicado.
A prefeitura ressaltou que todas as ações do município, como ampliação na testagem dos munícipes para identificação do vírus e demais medidas de prevenção estão sendo tomadas. O município alerta que o mais importante e eficiente é a conscientização da população, que deve completar o esquema vacinal contra o vírus, evitar aglomerações, lavar constantemente as mãos, utilizar máscara e seguir as recomendações dos profissionais de saúde.
Búzios
Em Armação dos Búzios, a Secretária Municipal de Saúde também confirma que a variante delta (B.1.617.2-like) está circulando no município. Os casos foram identificados através de sequenciamento genético de amostras virais positivas para Sars-Cov-2, enviadas para o estado do Rio de janeiro, referentes ao mês de julho e agosto de 2021.
A Secretaria da Saúde informou que foram registrados nove casos confirmados no balneário, porém todos eles já foram curados e nenhum teve registro de internação no hospital de campanha do município.
"Considerando o alto potencial de transmissão da variante indiana, a Vigilância Epidemiológica orienta que todos os cuidados de prevenção contra o Covid-19 sejam reforçados, como uso adequado de máscaras, distanciamento social, evitando aglomerações, álcool em gel e/ou álcool a 70% e lavagem constante das mãos. E a realização completa do esquema vacinal contra a Covid-19, vale ressaltar que as vacinas disponíveis também são eficazes contra essa variante", ressalta a secretaria.
Até a última segunda-feira, 16, o Hospital de Campanha de Covid-19 que funciona ao lado do Hospital Municipal Dr. Rodolpho Perissé, estava com dois leitos ocupados com pessoas internadas com Covid-19.
O que diz o governo do estado
A Secretaria de Estado de Saúde, por meio da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (SVAPS), informou ao Portal Multiplix que o programa de vigilância genômica da Covid-19 analisou, na última rodada, 360 amostras coletadas entre os meses de junho e julho no estado. Os dados mostraram que 60,3% das amostras analisadas eram da variante delta e 33,8% da variante gamma. Na rodada anterior, divulgada em 31/07, quando foram sequenciadas 368 amostras coletadas em junho e julho, 66,58% eram da variante Gama e 26,09% da delta.
Dessa forma, é possível afirmar que a variante delta está em circulação no estado do Rio de Janeiro, com tendência de aumento, substituindo a variante gamma.
A análise mostrou ainda a presença de 0,5% da variante alpha (B.1.1.7). Outras seis variantes também foram identificadas, mas não são consideradas como de interesse nem de preocupação pela Organização Mundial da Saúde.
"Os dados apontaram que a variante delta foi identificada em 67 municípios das nove regiões do estado. No município do Rio de Janeiro, 66% das amostras sequenciadas eram da variante delta", afirma a SES.
O estudo ocorre por amostragem, entretanto, um dos critérios de escolha das amostras são as que têm maior carga viral, ou seja, de pacientes que podem ter maior gravidade clínica. O projeto Corona-Ômica-RJ é um dos maiores estudos de vigilância genômica do país e faz parte de uma parceria entre SES, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, Laboratório Central Noel Nutels, Fiocruz e Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
São sequenciadas cerca de 800 amostras de todo o estado por mês. Desde janeiro, 3.670 amostras foram avaliadas. A SES ressalta que vem monitorando o cenário epidemiológico no estado e está colocando em prática o Plano de Contingência da Covid-19 que prevê a ativação de níveis de contingência a partir de determinados cenários.
A secretaria reforça que, independentemente da cepa do vírus ou linhagem, as medidas de prevenção e métodos de diagnóstico e tratamento da Covid-19 seguem os mesmos, como uso de máscaras e álcool em gel, lavagem das mãos e distanciamento social.
A quarentena de 14 dias é fundamental para qualquer pessoa com sintomas e/ou diagnóstico da doença, qualquer que seja a variante. Além disso, é importante que os municípios continuem avançando no processo de vacinação contra a Covid-19, conclui a SES.
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