Primeiro Centro Estadual de Diagnóstico para o Transtorno do Espectro Autista é inaugurado no Rio de Janeiro
Iniciativa pioneira vai ampliar os cuidados para os pacientes e suas famílias no estado
Uma boa notícia para os moradores do estado neste mês dedicado à conscientização do autismo: foi inaugurado o primeiro Centro Estadual de Diagnóstico para o Transtorno do Espectro Autista (CedTEA) do Rio de Janeiro na última semana. O espaço irá atender todos os 92 municípios do estado com diagnóstico e orientação para tratamento.
O espaço tem capacidade para realizar até 100 atendimentos por semana e começa a funcionar nesta semana no bairro da Gávea, na Zona Sul da capital fluminense.
O CedTEA vai atuar no diagnóstico precoce e diferenciado de pacientes com autismo, especialmente crianças e adolescentes. De acordo com o estado, o atendimento será feito inicialmente de forma escalonada, por idades, e os pacientes serão acolhidos por uma equipe multidisciplinar composta por fonoaudiólogo, psicólogo, assistente social, pediatra e neuropediatra. A meta é realizar 20 atendimentos por dia.
O investimento de R$ 500 mil, e, ainda segundo o governo estadual, essa iniciativa integra as ações da Superintendência de Transtorno do Espectro Autista, criada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) no ano passado, para ampliar a linha de cuidados voltada aos pacientes e suas famílias.
A inauguração contou a presença do governador Cláudio Castro (PL), que falou sobre a abertura da unidade:
Essa entrega é resultado de mais de 20 anos de trabalho dedicados à causa, desde a minha época de assessor parlamentar, em que pude acompanhar os avanços e as conquistas da categoria. Além disso, eu não seria um gestor completo e feliz se não conseguisse entregar o CedTea às famílias que precisam de atendimento de qualidade e não possuem condições financeiras para arcar com os custos.
Centro Estadual de Diagnóstico para o Transtorno do Espectro Autista poderá realizar até 100 atendimentos por semana | Foto: Divulgação/Rafael Campos (governo do estado)
O tempo para o diagnóstico é estimado pelos profissionais em aproximadamente cinco semanas após a regulação do paciente pelo Sistema Estadual de Regulação (SER). Depois desse período, o paciente será liberado com as informações referentes aos níveis de autismo e a indicação do acompanhamento necessário.
Mãe de um menino de 8 anos com Síndrome de Down, Monique Nogueira, 40, educadora e sócia do 'Instituto Como Assim Deficiência', destacou a importância da intervenção precoce para o tratamento adequado e a melhora na qualidade de vida da criança:
Graças ao diagnóstico feito antecipadamente, meu filho hoje estuda, se comunica, além de ser ator. Tivemos a oportunidade de iniciar os tratamentos logo cedo e isso fez toda diferença.
A SES-RJ informou que capacitou mais de dois mil profissionais no ano passado. Eles participaram de vários cursos voltados ao tema, especialmente para a aplicação da escala Modified Checklist for Autism inToddlers (M-CHAT), um instrumento de rastreamento precoce, capaz de diagnosticar o autismo em pacientes TEA até os 30 meses (2,5 anos de idade).
Outro trabalho da Superintendência de Transtorno do Espectro Autista é o mapeamento de toda a linha de cuidado presente em todos os municípios do estado.
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