Após invasão à Praça dos Três Poderes, autoridades discutem medidas para conter atos terroristas no Rio
Manifestações em apoio à democracia estão previstas para ocorrer nesta segunda-feira, 9, em todo o estado
Ministério Público Federal pede desmonte de acampamentos no Rio
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Foto: Reprodução/Marcello Casal Jr (Agência Brasil)
O Brasil amanheceu sob a tensão dos atos terroristas ocorridos em Brasília nesse domingo, dia 8. Após bolsonaristas radicais invadirem e depredarem o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, a preocupação das autoridades agora é conter mais casos pelo país.
No Estado do Rio de Janeiro, o governador Claúdio Castro (PL) se reuniu na manhã desta segunda, 9, com secretários e chefes de segurança para discutir medidas contra possíveis atos golpistas que venham a ocorrer.
Cláudio Castro em reunião com secretariado a respeito dos atos terroristas | Foto: Reprodução/Redes Sociais
Em suas redes sociais, Castro foi enfático ao dizer que será: “enérgico contra toda e qualquer manifestação que não respeite os patrimônios público e privado, e o direito de ir e vir dos cidadãos do Rio de Janeiro".
Durante a tarde, foi criado um grupo de trabalho composto por representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário para monitorar, em tempo real, vias e prédios públicos e privados.
Cláudio Castro; Henrique Figueira, presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro; André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro; Guilherme Calmon, presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região; Luciano Mattos, procurador-geral de Justiça do Ministério Público e Patrícia Cardoso, Defensora Pública Geral do Estado do Rio de Janeiro emitiram uma nota em conjunto repudiando os atos em Brasília:
"O Estado do Rio de Janeiro, símbolo do respeito à pluralidade e da união dos defensores do regime democrático, reforça o seu compromisso com a Constituição da República de 1988 e rechaça qualquer tentativa de agressão às suas instituições. Os signatários reiteram seu empenho no combate a qualquer iniciativa que possa ameaçar o Estado Democrático de Direito e afirmam que a democracia encontrará um bastião seguro para sua defesa no Estado do Rio de Janeiro."
Prefeito do Rio com o secretário de Ordem Pública e com o comandante da Guarda Municipal | Foto: Reprodução/Redes Sociais
Na capital do estado, o prefeito Eduardo Paes (PSD) publicou um decreto ainda no domingo, 8, suspendendo todas as folgas e licenças da Guarda Municipal visando garantir a ordem pública na cidade para casos de ações golpistas de bolsonaristas.
Outra medida na cidade foi tomada pelo Ministério Público Federal, que pediu o desmonte do acampamento instalado na frente das instalações do Palácio Duque de Caxias, no centro da capital fluminense.
“A Prefeitura do Rio irá, em colaboração com o exército e a polícia militar, promover a retirada de todos os objetos e barracas que ocupam o espaço público tomado por manifestantes que atentam contra a democracia”, escreveu o prefeito.
Ameaças de radicais
Um dos locais a receber ameaças no estado nesse domingo, 8, foi a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), pertencente à Petrobras. O Sindipetro Caxias relatou ameaças golpistas com o objetivo de tentar obstruir o abastecimento de combustível no estado.
O policiamento no local foi reforçado e até essa manhã de segunda-feira, 9, não houve sinal de manifestação, segundo informações do sindicato de petroleiros. Ainda nesta segunda, a Petrobras reiterou, em nota, que as refinarias estão operando normalmente.
Refinarias da Petrobras sofreram ameaças de bolsonaristas radicais | Fotos: Divulgação/Petrobras
Diversos órgãos do estado repudiaram os atos terroristas em Brasília. Entre eles: Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).
Confira abaixo o que disseram as instituições.
OAB-RJ:
A OAB-RJ espera que os responsáveis sejam identificados, processados e devidamente repreendidos de acordo com a severidade de suas ações e a magnitude dos bens jurídicos envolvidos.
MPRJ:
Como órgão de defesa dos mais elevados valores e interesses da sociedade, o Ministério Público fluminense atuará de forma intransigente, nos limites de suas atribuições, contra qualquer ataque violento à ordem constitucional.
Firjan:
A Firjan reafirma seu compromisso com a democracia e com a construção de um ambiente econômico, social e político que caminhe na direção do desenvolvimento do país.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública criou um email para receber denúncias e informações sobre os terroristas que cometeram os atos de vandalismo. As informações podem ser enviadas para o endereço: denuncia@mj.gov.br.
Manifestações em apoio à democracia
Em respostas aos atos terroristas, manifestações em defesa da democracia serão realizadas por todo o país nesta segunda, 9, com apoio das frentes Povo Sem Medo, Brasil Popular e outros movimentos sociais.
Em Nova Friburgo, a concentração está marcada para as 18h, na Praça Demerval Barbosa Moreira, próximo ao Centro de Turismo. Na capital, os cariocas se reunirão também às 18h, na região da Cinelândia.
Já em Cabo Frio, o ato está previsto para acontecer no Largo do São Francisco, no mesmo horário.
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