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Ex-presidente Bolsonaro e mais 33 pessoas são denunciadas ao STF por atentado contra a democracia

Relatório do MPF reúne mensagens, manuscritos e arquivos digitais como provas contra acusados

Por Redação Multiplix
Com informações MPF e Agência Brasil
19/02/25 - 16:01
Ex-presidente Bolsonaro e mais 33 pessoas são denunciadas ao STF por atentado contra a democracia MPF denuncia ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 33 por crimes contra o Estado Democrático de Direito | Foto: Reprodução/Agência Brasil (Marcelo Camargo)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereceu denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF), nessa terça-feira, 18, contra 34 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusadas de estimular e realizar atos contra os Três Poderes e o Estado Democrático de Direito.

A denúncia foi apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, e dividida em cinco peças acusatórias.

De acordo com o documento, que foi baseado no inquérito da Polícia Federal, o chamado "Inquérito do Golpe", os 34 envolvidos são acusados de cometerem os crimes de organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), "as acusações baseiam-se em manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens que revelam o esquema de ruptura da ordem democrática e descrevem, de forma pormenorizada, a trama conspiratória armada e executada contra as instituições democráticas".

Ainda de acordo com o MPF, o ex-presidente da República e seu candidato a vice foram os líderes da organização. Aliados a outras pessoas, dentre civis e militares, eles tentaram impedir, de forma coordenada, que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse cumprido.

Além de Jair Bolsonaro, a acusação envolve outros militares como Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e vice na chapa com Bolsonaro; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Os outros 28 denunciados são:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros
  • Alexandre Rodrigues Ramagem
  • Anderson Gustavo Torres
  • Ângelo Martins Denicoli
  • Bernardo Romão Correa Netto
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  • Cleverson Ney Magalhães
  • Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira
  • Fabrício Moreira De Bastos
  • Filipe Garcia Martins Pereira
  • Fernando De Sousa Oliveira
  • Giancarlo Gomes Rodrigues
  • Guilherme Marques De Almeida
  • Hélio Ferreira Lima
  • Marcelo Araújo Bormevet
  • Marcelo Costa Câmara
  • Márcio Nunes De Resende Júnior
  • Mário Fernandes
  • Marília Ferreira De Alencar
  • Nilton Diniz Rodrigues
  • Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho
  • Rafael Martins De Oliveira
  • Reginaldo Vieira De Abreu
  • Rodrigo Bezerra De Azevedo
  • Ronald Ferreira De Araújo Júnior
  • Sérgio Ricardo Cavaliere De Medeiros
  • Silvinei Vasques
  • Wladimir Matos Soares

Nesta quarta-feira, 19, o Ministério da Defesa se manifestou sobre o caso por meio de nota:

O Ministério da Defesa informa que a denúncia da Procuradoria-Geral da República é importante para distinguir as condutas individuais e a das Forças Armadas. A avaliação do ministro José Mucio Monteiro é de que a apresentação da denúncia é mais um passo para se buscar a responsabilização correta, livrando as instituições militares de suspeições equivocadas.

O que disse a defesa do ex-presidente

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou sobre o caso por meio de nota publicada em rede social:

A defesa do Presidente Jair Bolsonaro recebe com estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República, divulgada hoje pela mídia, por uma suposta participação num alegado golpe de Estado.

O Presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam.

A despeito dos quase dois anos de investigações — período em que foi alvo de exaustivas diligências investigatórias, amplamente suportadas por medidas cautelares de cunho invasivo, contemplando, inclusive, a custódia preventiva de apoiadores próximos —, nenhum elemento que conectasse minimamente o Presidente à narrativa construída na denúncia, foi encontrado.

Não há qualquer mensagem do Presidente da República que embase a acusação, apesar de uma verdadeira devassa que foi feita em seus telefones pessoais.

A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade. Não por acaso ele mudou sua versão por inúmeras vezes para construir uma narrativa fantasiosa.

O Presidente Jair Bolsonaro confia na Justiça e, portanto, acredita que essa denúncia não prevalecerá por sua precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos que a sustentem perante o Judiciário.

Tramitação

De acordo com o STF, já nesta quarta-feira, 19, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, determinou a notificação das defesas para que, no prazo de 15 dias, apresentem resposta à denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O caso será julgado pela Primeira Turma do Supremo, composta pelo relator, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Se a maioria dos ministros aceitar a denúncia, Bolsonaro e os outros acusados viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF.

A data do julgamento ainda não foi definida. Considerando os trâmites legais, o caso pode ser julgado ainda neste primeiro semestre de 2025.

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