Prefeitura de Friburgo realiza censo que vai determinar ações de intervenção na Clínica Santa Lúcia
Avaliação dos pacientes está sendo realizada em parceria com o governo estadual. Entenda o caso
A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Friburgo anunciou, na última semana, a realização de um censo na Clínica Santa Lúcia para avaliação psicossocial dos pacientes da instituição psiquiátrica. De acordo com o Executivo, a pesquisa ocorre em parceria com o governo estadual.
Os internos estão sendo avaliados e entrevistados por uma equipe composta por psicólogos e formandos de medicina do Centro Universitário da Serra dos Órgãos (Unifeso), que possui sede em Teresópolis.
Em entrevista à reportagem do Portal Multiplix, o gerente de saúde mental da Secretária Municipal de Saúde, Felippe Schenquel, disse que a avaliação vai nortear as próximas ações a serem tomadas em relação à clínica.
“Vamos verificar quais pacientes precisam de atendimento e aqueles que podem retornar aos seus lares. Este será um pontapé inicial para a intervenção. Mas vale destacar que a intervenção segue válida no campo jurídico, mas ainda não ocorreu de fato. Os próximos passos só serão tomados após a realização do censo”, destacou Felippe.
Por sua vez, o atual diretor da clínica psiquiátrica, Dermeval Moreira, afirmou que aguarda as decisões da Justiça, mas que está aberto ao diálogo com a prefeitura em busca de um acordo.
Ele também destaca que está satisfeito com a avaliação realizada em conjunto com o governo estadual.
“Fico feliz, pois acredito que esta avaliação vai mostrar que não ocorreram maus-tratos e os pacientes possuem carinho pela clínica, que é uma organização privada e eu fui eleito diretor pelos sócios. Então, estou aberto ao diálogo para a chegada de um acordo e à espera do desenrolar do caso na Justiça”, relatou Dermeval.
Relembre o caso
Em maio, a Prefeitura de Nova Friburgo não renovou contrato com a Casa de Repouso Santa Lúcia, em Mury, e anunciou intervenção na instituição. A decisão foi fruto de uma recomendação do Ministério Público Estadual (MPRJ).
Entretanto, na ocasião os responsáveis pela clínica não permitiram a entrada dos servidores da prefeitura, quando houve a tentativa de intervenção.
Posteriormente, a prefeitura explicou ao Portal Multiplix que para evitar a utilização da força policial, a opção encontrada foi uma saída técnico-jurídica orientada pela Procuradoria-Geral, a fim de evitar que os pacientes fossem expostos a qualquer tipo de estresse no local.
Caso a intervenção ocorresse, os administradores ficariam afastados e o município assumiria temporariamente, por até 180 dias, a gestão da unidade.
Pouco depois da recomendação, a Câmara recorreu da decisão. No último dia 7 de junho, o recurso foi indeferido e a intervenção voltou a ser válida juridicamente.
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