Prefeito de Teresópolis se reúne com SINDPMT e Sepe para tratar do 13º salário atrasado
Insatisfeitos com a proposta, servidores convocaram Assembleia Geral Extraordinária, greve, ato e caminhada para a próxima quarta-feira, 12
Na tarde da última segunda-feira, 3, o prefeito Leonardo Vasconcellos (União), de Teresópolis, na Região Serrana do Rio, recebeu representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresópolis (SINDPMT) e do Sindicado Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) para discutir o pagamento do 13º salário dos servidores. O valor deveria ter sido quitado em dezembro de 2024 na gestão de Vinicius Claussen.
Segundo a prefeitura, foi apresentada uma proposta aos sindicatos devido à situação financeira do município:
Situação herdada da gestão passada, com enorme déficit, obrigando o novo governo a decretar, inclusive, calamidade financeira, entre outras medidas de austeridade.
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O governo municipal propõe que quem ganha até R$ 2.000 receba o 13º integralmente na próxima sexta-feira, 7, e que os servidores que têm proventos acima deste valor, o pagamento seria dividido em dez vezes, com acréscimo de 1% ao mês, a partir da segunda parcela.
De acordo com o Executivo, o parcelamento foi apresentado para evitar uma perda monetária significativa:
Essa é a proposta possível na data de hoje, porém, conforme a suficiência econômica do município for aumentando, as parcelas serão quitadas de maneira mais rápida.
Por fim, a prefeitura reafirma o compromisso com o funcionalismo público:
O governo municipal reafirma que compreende a situação dos servidores e que está trabalhando para que os pagamentos atrasados deixados pela gestão anterior sejam quitados no prazo mais rápido possível. Enfatizando que, desde que assumiu a administração municipal, o prefeito Leonardo Vasconcellos e equipe de secretários têm se empenhado, conseguindo pagar os salários de dezembro de 2024, 1/3 das férias e também os salários de janeiro, quitados na última sexta-feira, 31.
A proposta não agradou aos sindicatos. O SINDPMT convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para a próxima quarta-feira, 12, conforme publicado nas redes sociais.
A reportagem entrou em contato com o presidente do SINDPMT, mas até o fechamento desta reportagem não teve reposta.
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Funcionalismo municipal de Teresópolis não recebe 13º salário e faz protesto na porta da prefeitura
Além da participação na reunião, o Sepe fez um protesto na porta da prefeitura durante o momento da reunião. A categoria cobra o pagamento imediato do 13° salário.
Sepe luta pelo pagamento integral do 13º salário em Teresópolis | Foto: Reprodução/Redes Sociais
Carol Quintana, coordenadora do Sepe Teresópolis, falou à reportagem sobre o assunto. Ela reconhece que a dívida foi herdada da gestão anterior, mas argumenta que o atual prefeito deveria resolver a situação, pois já acompanhava o problema como presidente da Câmara Municipal:
Por mais que a gente saiba que o governo anterior é que não quitou o 13º, que não honrou a dívida com o funcionalismo público e que tem a situação dos precatórios na cidade, também herdada do governo anterior, a gente entende que o atual prefeito sabia da situação que o município se encontrava até porque ele era o presidente da Câmara Municipal de Teresópolis, então por que não houve essa fiscalização durante esses quatro anos?
Sobre a proposta da prefeitura, Carol explicou o motivo da categoria não aceitar a forma de pagamento:
Para os profissionais de Educação não foi considerado viável porque o salário é superior a R$ 2.000. Então, ninguém da educação vai ser contemplado com esse pagamento integral. O parcelamento em dez vezes é um escárnio, não mostra prioridade do governo com funcionalismo público. A gente aceitava até duas vezes, no máximo três vezes, mais dez vezes não dá para aceitar.
Após o encontro com Leonardo Vasconcellos, os representantes do Sepe decidiram, em assembleia, pela realização de uma greve de 24 horas na quarta-feira, 12.
Para esse mesmo dia, também foi marcado um grande ato em frente à prefeitura a partir das 14h, seguido de uma caminhada até a Calçada da Fama e uma nova assembleia.
Carol ainda destacou que alguns programas municipais estão recebendo mais atenção do que os servidores da educação:
Tem dinheiro para implementar algumas medidas que vão dar um retorno direto para ele que são visíveis como, por exemplo, a 'Tarifa Zero aos Domingos', 'Domingo no Parque' e algumas obras. Para isso, tem dinheiro, mas para quitar o funcionalismo público não tem. O que nos parece é que não há uma prioridade com os servidores públicos municipais. Com os servidores a gente pode ir empurrando, vai levando, parcela em dez vezes. Se houvesse uma prioridade, ele teria dado um jeito de fazer esse pagamento.
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